Ai que saudade!Que saudade!
Que saudade da rotina de outrora,
Quando acordava de madrugada,
Reclamando da vida e da geada,
Do aluguel, das prestações vencendo,
Preocupado com a filha gripada,
A mulher novamente menstruada,
O cachorro latindo incessante,
Enfim... da monotonia estafante,
Fazia vinte flexões e dez abdominais,
Tomava um rápido banho
E partia para mais um dia de trabalho.
Ah! Eu não sabia que aquela rotina
Era a rotina da felicidade!
Sim! Eu ignorava que trabalhando
Meu próprio ser homem evoluía,
Eu era feliz, tinha saúde e vitalidade.
Agora... doente, sem a rotina do trabalho,
Isolado do mundo e de todos,
Acordo somente quando os sonhos cessam,
Muito além da madrugada, ao sol do meio-dia,
E no entanto, padeço tristemente,
Vivendo a pior rotina desta estrada:
- Aquela que nos priva da alegria
De ser saudável!
Ai que saudade! Que saudade!
Que saudade da rotina de outrora,
Quando acordava de madrugada,
Reclamando da vida e da geada,
Da monotonia estafante
E partia para mais um dia de trabalho.
Ah! Eu não sabia que aquela rotina
Era a rotina da felicidade!
ALAOR TRISTANTE JÚNIOR
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