Pouco se fala nas rádios comunitárias em cursos de comunicação. São alternativas baratas de comunicação para milhões de indivíduos que anseiam por saber o que se passa perto de suas residências.
A legislação brasileira esbarra ainda em melhorar a distribuição deste tipo de veículo, cuja maior função é social, em função dos interesses dos grandes proprietários de conglomerados de comunicação e de políticos, que normalmente são sócios ou concessionários de emissoras com intenção comercial.
As rádios comunitárias enfrentam todo tipo de problema até serem autorizadas pelo governo federal. Desde a perseguição dos empresários até a adequação do uso. Há muitas seitas religiosas que infiltram seus fiéis nas rádios e a função da rádio comunitária não é divulgar ideologia política e religiosa, mas sim informar as comunidades com o máximo de presteza, trabalho social.
É por isso que de vez em quando uma rádio comunitária sofre sanções, mesmo preenchendo as condições exigidas para funcionar legalmente.
Esta semana houve uma reunião envolvendo o Ministro das Comunicações, Miro Teixeira, na qual o deputado federal Eduardo Valverde foi informado que o ministério colocará em funcionamento um Conselho de Acompanhamento da Radiodifusão Comunitária. O deputado vem atuando como interlocutor de diversas rádios comunitárias de Rondônia que aguardam autorização do Ministério para operar. Há pouco mais de dois anos o número de rádios comunitárias no Estado ultrapassava 50, com duas ou três regulamentadas.
A criação do conselho, que contará com representantes da sociedade, é uma das reivindicações da Associação Brasileira de Radiodifusão. Atualmente os processos aguardam muito tempo, impedindo que mais profissionais de comunicação e as lideranças comunitárias possam atuar melhor.
O Ministério das Comunicações também disponibilizará um sistema para o licenciamento de rádios comuni-tárias pela Internet, facilitando assim a vida de qualquer brasileiro que queira dar entrada ou acompanhar os processos relativos a radiodifusão comunitária.
Se houver a tal agilização, os estudantes de comunicação poderiam buscar a experiência nas rádios comunitárias, como forma de completar os conhecimentos teóricos das faculdades. Seria uma forma de buscar a prática com a atitude social, muito carente nos centros de conhecimento superior. As rádios comunitárias são tão importantes quanto as outras.