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Cronicas-->O Vapor Benjamim, Iluminado -- 14/06/2001 - 19:48 (Juraci de Oliveira Chaves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O vapor Benjamim Guimarães, iluminado

De Juraci de Oliveira Chaves


Era uma tarde de Natal quando meu filho Carlinhos, o mais velho, convidou-me para observar o vapor Benjamim Guimarães. Estranhou-me muito, pois ele já estava cansado de enamorar e tirar fotografias deste vapor. Toda hora estava dando voltinhas à beira do rio São Francisco e chegava sempre com uma novidade:
-Mãe, vamos agora mesmo, à beira do rio. Há um fenómeno dentro d´água. É uma maravilha... Vamos! Vamos!...
A mãe preocupada em fazer um pernil assado para ser devorado à meia noite, tentou adiar o passeio:
- Você está vendo que o forno não pode ser desligado agora. Logo que terminar essa tarefa iremos, com certeza.
- Não! É agora! A senhora sempre encontra uma desculpa para não sair de casa, mas hoje não tem meu pé me dói. Segurando-a pelo avental, foi puxando-a até ao carro que já se encontrava lotado de asseclas ao passeio. Dentro do automóvel, dona Telisa ajeitou o cabelo, tirou o avental e colocou um batom nos lábios para alegrar mais o visual. Deram voltinhas por vários lugares...
Encostaram à beira do cais, debruçaram sobre a proteção ribeirinha, observando os raios vermelhos do sol, no horizonte, indicando que acabara de se pór. Lá, no centro do rio, estava o vapor Benjamim Guimarães, todo enfeitado, todo iluminado, todo majestoso! Poderia ser comparado com uma árvore de natal, tantas eram suas làmpadas em forma de bolinhas coloridas. Mas não era um enfeite natalino... Era o vapor mesmo... Fora decorado com o apoio CEMIG e, junto com ele, a ponte Marechal Hermes, que liga Pirapora à cidade de Buritizeiro. As luzes pisca-pisca, anunciavam sim, a chegada do natal. A ponte Marechal Hermes, parecia flutuar no ar cortando o rio como se fosse uma estrela cadente. Outra hora parecia mais com a cauda de um cometa se deslocando no espaço sideral. O jogo de luzes nos dava a impressão de estarmos observando um outro local, e não aquele costumeiro de sempre, apesar de cada momento ser um novo momento. Alguém disse, uma vez num jornal: "A mesma água não passa debaixo da mesma ponte novamente..." Ao lado direito, o vapor flutuava sobre a água do velho Chico que corria mansamente fazendo um barulhinho característico de água corrente sobre as pedras. A emoção era tanta que parecia acender, no fundo da alma, outras luzes, que marcaram outras histórias em outras épocas... O silêncio pairava no ar... Ninguém ousava quebrar aquele encanto mágico... Cada um revendo ou criando mentalmente uma nova fantasia, uma nova história...
- Alguém deseja tirar uma foto? Perguntou um fotógrafo indiscreto.
- Não! Obrigado! Respondeu o Carlinhos mostrando a máquina fotográfica indicando que vária fotos foram tiradas...
Olhando em volta, pudemos observar que várias pessoas, curiosas, admiravam o efeito maravilhoso que as làmpadas provocavam dentro da água. Todas saíam satisfeitas com o visual e a satisfação de ver ainda mais valorizados alguns pontos turísticos da cidade. Muitas famílias colocavam seus filhos ao lado ou na frente do vapor ou da ponte, para tirarem fotografias e guardarem como lembranças, recordações...
Estava ali um trabalho social que a CEMIG realizara em Pirapora, e em outras cidades escolhidas para a realização do projeto "Ilumina Gerais". Digo trabalho social, porque também a classe menos favorecida, poderia desfrutar dessa beleza sem precisar gastar nada. Nos dias de hoje, tudo é explorado comercialmente...
O trabalho social seria ainda mais relevante se essa conceituada empresa desenvolvesse um projeto de recuperação, de reforma do Benjamim Guimarães para que ele voltasse a navegar de verdade. Não só como atração turística ou para os ínclitos navegarem, mas como outra alternativa de transporte. Incluiriam outras embarcações que pudessem transportar passageiros, por todo o percurso do rio, com um custo mais barato do que por terra. Logo vem a pergunta: com qual recurso? Poderia ser com o lucro que a empresa acumula todos os anos. Deveria reverter, ainda mais, em atividades sociais, para a população a quem é de direito.
A CEMIG acertou em cheio ao realizar esse trabalho de valorização de pontos turísticos da cidade. No início, comentava um admirador: eram poucos observadores por aqui. Agora, a beira do cais é mais movimentada, mais frequentada. Constantemente observa-se transeuntes até altas horas ou mesmo, virando a noite em farras na orla fluvial.
- Vamos para casa crianças! Chamava dona Telisa embevecida com tanta beleza.... Realmente foi um momento emocionante esse passeio. Ganhei meu presente de natal. Voltaremos de novo, amanhã...



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