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Cronicas-->A história de uma bisa -- 14/06/2001 - 22:42 (CRISTIANE FARIAS PRATA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje ela tem setenta e cinco anos, mas já teve cinco e isso foi no início do século passado.
Nessa época sua mãe ficou viúva e com muito esforço conseguiu colocá-la em um colégio interno, o que a fez muito feliz, pois seu sonho era ser enfermeira, coisa que para seu tempo não era bem vista, mulher não trabalhava fora.
Veio o padrasto e a volta para casa, ele não queria que pensassem que era mal. Triste sina. Voltou ao convívio dos seus, mas também ao trabalho infantil, a falta de tempo da mãe, que ajudava ao padrasto, ao carinho mais declarado pela irmã mais jovem, as primeiras e marcantes desilusões. Porém, o que ela pode aproveitar, aproveitou bem, só cursou até o que chamamos hoje, de quarta série primária e faz conta "de cabeça" melhor que muito professor.
Passaram-se os anos e a menina tornou-se moça, se bela não posso dizer, mas com fibra, isso sim. Casou-se aos dezenove anos, meio contra a vontade da mãe, mas cheia de ilusões no coração. Foi morar na casa do patrão do marido que havia viajado e precisava de alguém de confiança para tomar conta da casa. Hoje chamaríamos de caseiros. Enquanto isso juntavam seu dinheirinho, que era ganho com muito sacrifício numa carvoaria, entre entregas de carvão e gelo, pois não havia geladeiras e fogões como conhecemos hoje, para comprar um terreno com uma pequena casinha.
Chegou o dia da mudança, só caixotes no lugar de móveis e muita fé que a vida ia melhorar. Melhorou com muito esforço. Vieram os móveis, a reforma e a construção de outra casa no terreno. Mas o fato mas marcante, os caminhões de entulho, para levantar o nível e chegar ao da rua, isso sim rendeu história e noites e noites sem sono, só trabalho.Vieram os filhos, foram-se os filhos. Quatro gravidezes, muito esperadas e sofridas, pois nem uma chegou ao fim. Vieram gêmeos, tubária, era assim que se chamava a gravidez nas trompas, todas interrompidas pela morte dos fetos e culminadas com curetagens a "sangue frio". Muita dor no corpo e na alma. Mas ela não desistiu. Vieram então duas sobrinhas e ela tornou-se a MÃEZINHA e depois, a vovó e agora, a bisa mais querida e amada, que talvez nenhuma outra mereça tanto esse título quanto ela.
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