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Erotico-->A MULHER E O VESTIDO -- 02/09/2013 - 13:54 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Era sempre a mesma história.
Depois do banho, sentada na cama, olhando o armário com o olhar perdido.
Os cabides, quase todos, esbanjavam roupas pretas, cor de sua preferência. Não que desprezasse as outras cores, mas sabem como é, roupa preta, bom alinhamento, corpo esguio, elegante, enfim, haviam justificativas de sobra para a cor escura das roupas.
Hoje era um dia especial. Dia que sempre queria ficar melhor, porque, e principalmente, era dia de ver seu amor.
O encontro estava marcado para as 18:00hs.
Suas vidas estavam totalmente comprometidas com tantas coisas, que pra eles mesmos, sobravam poucos momentos, além de pouquíssimo lugares.
Tirando mesmo todas as possibilidades que ofereciam riscos desnecessários, sobrava apenas um pequeno ambiente, escuro, sem ventilação, que mais parecia um sótão.
Ali eles se viam, se tocavam, se amavam, se libertavam de seus afazeres do dia a dia, e eram apenas eles, como almas que se perdiam e se reencontravam por alguns momentos.
Mais ainda que no filme feitiço de Aquila. Os dois amantes estão condenados a separação ao longo da vida por uma maldição invocada pelo corrupto e ciumento Bispo de Áquila: durante o dia, Isabeau se transforma em um falcão, enquanto à noite, Navarre (o capitão) se transforma em lobo negro. Imperius, o monge que, quando bêbado, traiu seu amor ao Bispo.
Histórias à parte, na verdade essa mulher é apaixonada por esse homem e por ele capaz de viver esse tormento, de estar longe e perto, perto, mas muito longe.
Seu desejo é de apenas amar, e com isso, imagina-se de várias formas, em vários lugares, de várias maneiras, e brinca de pintar, e brinca de escrever, e fala sério com o que brinca, pois tem sentimentos honestos.
A única coisa que deseja, é que seu homem a olhe, e a deseje como sempre, e esse desejo se perca e se encontre dentro dele, sempre que a olhar.
E nesse momento, perdida entre desejo e pensamento, escolhe seu vestido, preto, justo, de cetim.
Com ínfimas roupas íntimas, quase nada, disposta mesmo a encontrar um momento, uma brecha, um descuido, onde possa mergulhar nesse espaço, nesse limbo, nesse canto de prazeres, e se despir, e se entregar, e tornar ato, o fato de amar.
Espera que seu homem a receba em seus braços, e a beije incessantemente, e lhe tome nos braços, e lhe deite sobre o leito, e lhe afague, e mate sua sede com saliva do seu beijo deliciosamente molhado, e sua fome, com seu membro viril fazendo parte agora do seu corpo, introduzido, e no vai e vem exploda seu gozo,
e assim, justifique toda essa incerteza na escolha do vestido para ir ao seu encontro.

Valentina Fraga
 

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