NA TARDE CALMA
SOBRE A GRAMA VERDE,
DEITA O TECIDO QUADRICULADO.
EXPÕE SOBRE ELE
VÁRIAS GULOSEIMAS
TIRADA DE UMA CESTA DE VIME.
AMPLIA A CENA COM AS ARVORES EM VOLTA,
UM LAGO PRÓXIMO ONDE PRETENDE BANHAR-SE.
APESAR DE CALMA,
HÁ POUCO VENTO E O SOL RESPLANDESCENTE
AQUECE O AR.
PRONTO! PERFEITO!
O CENÁRIO ESTÁ PROVIDENCIADO.
UM INSTANTE! FALTA ALGO, ALGUÉM,
É CERTO QUE FALTA!
ENQUANTO ESPERA, INVENTA UM CAVALETE
COM ALGUMAS PEÇAS.
UMA TELA, ALGUNS PINCÉIS, TINTAS DIVERSAS.
RASCUNHA DAQUI, DACOLÁ...
FALTA ALGO, ALGUÉM... QUEM SERÁ?
IMAGINA-SE NA CENA.
MULHER, MENINA, PEQUENA
RECOSTADA NUMA PEDRA.
OLHA O RELÓGIO, O QUE FALTA?
ALGO? ALGUÉM?
ESPERA MAIS UM POUCO, E NADA MUDA.
DEVE SER ALGUÉM, QUEM SERÁ?
VÊ UM HOMEM, CHEGAR DE LONGE,
VÊ O SORRISO, O AR DE ALEGRIA,
CERTAMENTEMENTE NÃO ERA ALGO,
ERA ALGUÉM.
ENFIM CHEGOU,
SENTOU-SE PRÓXIMO,
SELOU O BEIJO DOS GRANDES AMANTES.
A CENA ESTÁ COMPLETA
ÓLEO SOBRE TELA.
TOALHA, CESTO, GRAMA, ARVORES
GULOSEIMAS,
ELA,
ELE,
O AMOR
E MAIS NINGUÉM.
VALENTINA FRAGA |
