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Cronicas-->Será o Ceará? -- 04/01/2017 - 11:00 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Será o Ceará?

Aroldo Arão de Medeiros

Usei em algumas Cronicas o linguajar manezês, gauchês, pernambucano e agora utilizarei o cearense ou cearensês. Será que não seria dialeto?
A poesia do paulista Carlos Queiroz Telles, intitulada "Primeiro, primário", ficaria mais ou menos assim:

"Para aprisionar
A canção de um passarim
Cautelosamente
O frangote arma o seu laço
mas o sibite
desprezando o laço
Vem pousar no seu braço
e o coração do mirrado
canta mais
do que o coração do pássaro."

Vamos chamar esse garoto de Adamastor. Desde pequeno, apesar de ser um babaquara, sobressaia-se dentre os garotos de sua idade, porque era um galalau, brigão, mandão, e todos o temiam. Alcunharam-no de Monstror. Se ao contrário, seu temperamento fosse manso, ficaria ainda mais fácil, o apelidarim de Dama.
Seu amigo de danação, confiabilidade, estudos e defesa mútua era o Nelson. Para variar, era chamado de Nerso. Eram alencarinos, lá do inferno da pedra, dum lugarejo chamado de Tapioca do Brejo. Dir-se-ia que eram dois quinturas. Tornaram-se jovens e foram para a capital completar os estudos.
Na metrópole tudo era novidade para eles. Faziam sucesso com as garotas da cidade, provavelmente elas achavam interessante o jeito tabaréu, paia que tinham. Adamastor era um cagado, pegava a mulher que queria com a maior naturalidade.
Casaram, tiveram filhos e eram felizes. As esposas eram da mesma cidade deles, e apesar de elas estarem dando o último tiro na macaca eram as mais apetrechadas dentre todas do pequeno torrão natal.
O tempo foi passando, cada um tomou seu rumo. Monstror, ou melhor, Adamastor tinha que viajar periodicamente, pois o trabalho assim exigia.
Nelson que também teve o nome verdadeiro de volta, trabalhava como funcionário público. A vida de ambos apesar de desenxavida, era feliz. Nada os reprimiam a ponto de deixarem de ir a uma festa, com a esposa e às vezes levavam os filhos. Quando ambos fizeram dez anos de casados aconteceu algo que deu uma guinada na vida de Adamastor.
Nelson foi na festa no Tirulipa Show e depois foi dançar um forró no Pirata Bar. Quando bailava agarradinho com a mulher, viu a cara-metade do amigo Adamastor. Essa passou daquele momento em diante a ser a cara-um-terço, porque estava abraçada com outro indivíduo que não era o esposo. Nelson ao presenciar o fato, ficou descabriado. O pobre coitado do Adamastor provavelmente estava viajando a serviço. Quando a bela, o pitéu, que para ele tornou-se, a fera, a arigó, o viu, pegou pelo braço do homem e se mandou.
Nelson teve dúvidas, se contava ou não para o amigo, o que presenciara. Ficou com medo de perder o laço de amizade que ainda os prendiam. Tomou coragem, ligou para ele e marcou um encontro, com a desculpa de relembrarem os tempos juvenis que passaram juntos. Depois de alguns goles, acunhou e contou o que vira para o macho rei. Ficou contente, pois apesar de Adamastor amunhecar, agradeceu-o e disse que apesar de estar arriado por ela, iria tomar as providências.
Uma semana depois estava separado e saiu atrás de outra mulher para preencher o vazio que ficara em seu coração. Juntou-se com uma mulher, já bulida, desprovida de beleza, que não era pintosa, o que popularmente chamamos de feia. Como diriam os cearenses era o cão chupando manga.
Depois de uns dois anos do acontecimento, foi visitar os parentes na sossegada cidade. Encontrou alguns amigos, beradeiros e quando batia um leriado com três deles, já xambregados, surgiu uma pergunta ao qual os quatros responderam de chofre:
- Se encontrassem a mulher com outro o que fariam?
Januário respondeu:
- Eu dava um tiro na catiroba.
Mundo, ou melhor, Edmundo disse que abandonaria a espiculite.
Romão disse que mataria os dois.
Monstror, bem sério, disse:
- Num fresque não. Eu enfiaria a bengala branca que ele estaria usando no bóga dele.
Quase que em uníssono os três perguntaram:
- Como sabes que o sujeito usa bengala?
- Para dar uma pimbada com minha mulher, só se for cego.

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