Meu amigo usineiro
Assunto o dia inteiro
Esse trololó arrumando
De maluco metido a letrado
Dando tiro pra todo lado
Vai falando soletrado
Ás vezes acompanhado
Manezinho do Icó
Mais parece um João Jiló
Esse é louco de dá nó
Com Coadim joga dominó
Bom mesmo é o Jorge Filó
Este não fala à toa
Cada verso que caçoa
Manda o seu recado
Depois tranca com cadeado
No cordel soletrado
Do nordeste ao sul do Estado
Nacional ensino nego a votar
Esse Amaso também é fera
Freqüentou a alta esfera
Hoje à toa não se exaspera
Isso parece com novela
Agora vem uma donzela
Quem chegou foi a Thaís
Que parece embaixatriz
Escreve erótico feito meretriz
Mas nas cartas condiz
E tem bom senso
deixa Castrado suspenso
rosnando feito jumento
Ela penetra pelas pontas
Suas rimas vem em ondas
Dá o seu recado ligeiro
Balançando o traseiro
Não percebe o tamanho da sonda
Mergulha feito lontra
Seguindo a direção
Bomfim come quieto
Mais parece mineiro
Se vestiu de boiadeiro
Não assenta em formigueiro
Para não assustar o vespeiro
No cordel foi pioneiro
Com Amdréa e Takin
Não falo de Dom-Come-Homem
Porque a resposta vem de ré
Ele é que não gosta de muié
No quibe dá a ré
E detesta o cafuné
Lambe espada de milico
Escreve só pro penico
Dom Quixote dá um trote
É engraçado e tem mote
No infortúnio da sorte
Guiado pela estrela norte
Cabra-da-peste arretado
Montou o Alazão
Vem subindo com o Azarão
Cai estacionar no corrimão
Da rampa do planalto
Quem mandou ser letrado
Bem feito ter estudado
Agora tem apoio da elite
Sempre vestiu grife
E também não trabalha
Vive Criando de dar palestra
Ganha voto porque seqüestra
O resgate vem depois
Quando faltar o arroz
Na panela do desdentado
Que perdeu o itinerário
Não acostumado com horário
Arrancaram o seu dente
Como sinal de vida
Dessa gente tão sofrida
Com fratura exposta
De quem só come bosta
Depois de tantos Fernandos
A quem engomado serviu
Nesta pátria varonil
Venderam pro capital
Podre estrangeiro
Levando no traseiro
Só pra agradar banqueiro
Erotizando a tevê
Pra alegrar punheteiro
Mas agora vai feder
Não vamos abrir as pernas pro FMI
Amputado pode virá saci
Vai ter que se equilibrar
Arranca o topete do Itamar
Expulsa de novo o Malvadeza
Chama a Pillar de Alteza
Enquanto pro eleitor só sobra a mesa
Faltará na mesa talher
Batemos palmas para a mulher
Guerreira que vai para a trincheira
Com a cara e a coragem
Enquanto os homens falam bobagem
Vou fazendo a triagem
Comendo esterco e cheirando lavagem
Vou terminar a minha fala
Antes que outro me atrapalha
Aumentando a triste escala
Crescendo o rol do Mala
Vindo do cruel Malantra
De Fidel a Cirantra
Que tudo de bom espanta
Mesmo assim tem apoio do Brizola
Pra guerrilha pediu esmola
Pôs tudo na sacola
Mais construiu alguma escola
Criou o exército de letrados
Na mente todos bombados
No barato social
Tornaram merdas pensantes
Agora são meros cocos boiantes
E tudo volta como dantes
Que ficara no quartel de Abrantes
Se tal liberdade tem um preço
Eu quero pagar dobrado
Se mal descobrir ter votado
E o leitor enganado
Como fazo engomado
Mesmo mudando de lado
Atirando pra todo lado
Acertando o quê não
Mandando o povo pra ponte de caiu
Esse é o retrato do Brasil