Quando os romanos invadiram a Gália, ali viviam bárbaros celtas (os parisii) e gauleses (Vercingétorix, Astérix, Obélix & cia.) que foram subjugados. Na região de Paris já havia pequenas povoações dos celtas. Uma delas, que os romanos chamaram de Lutécia ficava na Île de la Cité, onde está agora a catedral de Notre Dame. Foi ali o começo da cidade de Paris.
Com mais de 100 000 habitantes, a Paris do século XIII era a cidade mais populosa do Ocidente. O rei Philippe Auguste embelezou a capital da França. Durante toda a Idade Média a cidade cresceu, sempre protegida por muros e fortes que se sucederam, como o Louvre, o Châtelet e a Bastilha.
Vindo do norte, o viajante entrava primeiro no bairro “d´Outre Grand Pont”(do outro lado da ponte grande). Encontrava importantes monumentos: a catedral de Notre Dame de um lado, a Sainte Chapelle do outro e o Castelo Real. Esta parte da cidade era chamada de “rive droite” (margem direita) do rio Sena.
No bairro “d´Outre Petit Pont” (do outro lado da ponte pequena) havia conventos (Cluny), prédios senhoriais e a Universidade (Sorbonne). Comerciantes de livros, clérigos e estudantes se misturavam em suas ruas movimentadas. Esta região já era chamada de “rive gauche”(margem esquerda do Sena).
Havia vendedores ambulantes circulando pelas ruas, gritando para chamar a atenção. “Harengues brancos, harengues salgados, vivos, do mar!” “Senhores, venham para os banhos!”. Alguns vendiam pombos, filhotes de gansos, carnes secas e frescas. E também molhos de alho, mel. Outros trocavam objetos, como agulhas por ferro velho. Havia também os comerciantes de roupas e casacos, que gritavam: “Repositor de roupas”, “Vendedor de meias!”. Não faltavam os amoladores de machados.
Philippe Auguste mandou fazer grandes construções para que os comerciantes pudessem negociar abrigados do mau tempo. Lá eles podiam também guardar suas mercadorias, protegendo-as de roubos durante a noite. Essas construções foram chamadas de Halles - estava assim criado o Mercado de Paris – que funcionou no mesmo lugar até os anos sessenta do século passado. Na década de setenta foi destruído e em seu lugar fizeram o “Forum des Halles”, um centro comercial e ao mesmo tempo cultural, enfeitado de jardins.
Esse mercado não ficava longe do palácio real. O movimento de charretes que entravam e saíam era intenso e fazia com que a lama misturada com detritos emporcalhasse as ruas. Por isso Philippe Auguste convocou os burgueses e o chefe militar e ordenou que todas a ruas e vielas da cidade fossem pavimentadas com pedras.
Isto quer dizer que desde o século XIII as ruas do centro de Paris deixaram de ser de terra. É claro que a cidade cresceu e outras ruas só foram pavimentadas bem mais tarde.
