ESPERA ANGUSTIANTE
Na porta da casa,
espera a amante tão sentida,
não se dá conta do tempo,
desde o tempo da despedida.
Permanece na lembrança
a pressão das mãos em seu corpo
beijos doces incendiados
doce amor de um belo amante.
Entre febres e delírios
ocorre do gozo a lembrança,
que é a fonte de alimento,
que se chama esperança.
De cabelos escorridos
corpo esguio de não comer,
segue a espera angustiante,
e não ousa sequer beber.
Mirra um pouco a cada dia,
sentindo a angústia da espera,
olhos caídos, lágrima instalada,
sentindo a dor que desespera.
Do adeus de mãos espalmadas,
à espera angustiante,
pela volta do bem amado
que faz da noite, dia radiante.
É bem capaz que não de tempo
de ainda encontra-la com vida,
pois a espera, a fez morrer
logo depois da despedida.
Valentina Fraga
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