Depois do gozo, arfante,
recosto a cabeça no travesseiro.
Diferente de casais habituais
depois do coito, nos olhamos.
Silenciosos, esgotados, nos olhamos.
Vem a calma, depois da explosão de
sensações do desejado encontro.
À pouco fomos um, e agora, mesmo sendo dois,
temos um pouco de cada um de nós, no outro.
Meu orgasmo pegajoso grudado em você
Teu gozo, ainda dentro de mim
escorre pela fenda ainda quente
do vai e vem delicioso.
Sobra carinho, sobra afeto,
sobra o mergulho no olhar,
sobra a sensação de satisfação em ver o outro feliz.
O olhar viaja nesse eterno momento.
Me parece que não vai acabar. Vai, mas fingimos que não.
É tudo tão afetuoso, tão mágico, tão terno, tão amoroso.
Tuas mãos tocam delicadamente em meus cabelos,
descem pelo meu pescoço, meu colo, meus seios, e se
detêm nos mamilos, buscando um novo raio de desejo,
e não precisa, já que não esgota, mesmo depois do gozo.
Vai descendo, e sentindo a umidade provocada pelo ato.
e ali brinca, com os dedos, e os umedece com seu
próprio líquido, e novamente me excita,
vibrando dentro de mim.
Me olha, com o olhar de quem não quer ir.
passa sua língua em meus lábios e eu, os sugo pra dentro.
Ai que delícia, senti-lo tão perto,
tão quieto,
tão silencioso,
tão dentro de mim.
E ali, naquele movimento contínuo,
teu olhar,
tua língua,
teus dedos,
todos a me penetrar
a me provocar,
tudo isso provoca um gemido,
que me faz delirar.
que me faz novamente
gozar...
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