Um outro conto de terror escrito por mim, a quem gosta, obrigado, a quem não admira, cuidado !
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Prédios, casas, casebres, abrigos, hospitais, albergues, clínicas, cavernas... não importa o lugar, não importa quem, não importa quando, importa a violência, importa a diversão... a alegria do prazer, não a alegria mas o prazer em si...
Quando acontece algo ruim sem explicação já se ouvem alguns dizendo que eram apenas fantasmas, outros que eram demônios enviados para matar ou assustar, e outros mais afirmavam com toda a certeza que era o Diabo. Quem sabe todos estejam tão certos como errados, pois o medo e o pavor de todos os lugares não mostra as caras, como não dizem se nome ou endereço, apenas aparece e sussurrava aos ouvidos o pavor, gela a espinha de qualquer pessoa, mas não para assustá-la ou matá-la, mas por diversão, prazer.
Assim como tudo o que respira, pensa e move-se é uma vida, é uma forma animal, ou vegetal, enfim, faz atos, prejudiciais ou benéficos. Mas e após a morte do mesmo, seus atos continuam ? Seus atos ainda fazem os mesmos efeitos por hábito ou por erro do destino ?
Antes mesmos de existirem padres exorcistas, ou seitas malignas, já existia o mal e o bem, cada um com a sua forma, cada um com a sua força cada um com o seu prazer. Suas forças eram medidas pelo susto ou alegria das pessoas, mas o mal nunca, jamais, provoca o medo apenas para demonstrar sua força, mas por alegria do ato ! Seja usando os sonhos, pessoas, objetos, ou mortos...
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Os boatos não foram suficientes para fazer a Família Aires, pai, mãe e uma filha, de esquecerem da idéia de mudar de casa, a qual estava velha e caindo aos pedaços, mudando-se para uma casa mais luxuosa, de sótão, porão, salas, escadas...
A mudança, que logo foi feita as pressas pelos carregadores devido aos boatos de todos os vizinhos, sendo assim a mudança eficiente e totalmente rápida. Não arranhando móveis, ou quebrando peças uma arrumação foi feita pela família de imediato.
A família já dormia na casa, habitava-a por inteiro, mesmo sem dar atenção aos boatos de vizinhos, apesar de as pessoas mais próximas da grande e bela casa estivessem a vários e vários metros de distância, quase um quilômetro mas os boatos eram diversos:
- Ouvi dizer que essa casa foi comprada pelo Diabo, e o mesmo amaldiçoou-a ! – uma das vizinhas.
- Essa maldita casa é assombrada ! Os fantasmas delas são malvados ! Tomem muito cuidado ! – disse um outro senhor vizinho.
Mas, pelos olhos da família que respondiam entre si: “Se eles nem ao menos moram próximos da casa como poderiam julgá-la ?”
Apesar de tudo continuaram a morar dentro da casa, e durante dias não acontecera nada, nada alarmante ou fora do comum...
Mas nada é perfeito, nada funciona sem ter algo de errado... após alguns dias na casa, a filha Linda, que estava sentada no sofá da sala, lendo uma dessas revistas de moda, que ficava ao lado da porta que dava para a escada do andar superior... que começou a ranger seis vezes, mas não simplesmente isso, não eram passos eram batidas, como algo sendo socado !
Ela olhou para a escada, assustada e... nada !
Os barulhos voltaram outra vez, mais fortes e novamente seis... ouviu o último rangido que parava no último degrau... Linda olhou para o relógio, que começara a bater: meia noite...
Em pulo levantou do sofá e gritou alto ! Gritou o mais que pode ! Da escada, aonde estavam sendo socados haviam buracos, buracos fundos que até o topo haviam sangue... um sangue vivo, quente...
As marcas, as doze marcas na escada, e as badaladas do relógio, ainda na Primeira badalada... Linda não sabia se corria para os seus pais no andar de cima, ou se ficava e rezava, pedindo ajuda.
Pensou as tremores, gritando por ajuda enquanto tomava coragem... Segunda badalada... tomou coragem, e com as pernas bambas foi se aproximando da escada, pouco a pouco... Terceira badalada...
Subiu, correndo pelos cantos da escada, que molharam os seus pés de sangue, mas continuou a correr, subindo o mais rápido que conseguia... Quarta badalada...
Subiu ao andar superior e correu para o quarto de seus pais, terceira badalada. Chegou ao quarto, e olhou para eles... Quinta badalada...
Atirados na cama em vermelho de sangue, haviam doze buracos em cada um de seus peitos, a figura se paralisou para Linda... Sexta badalada... Sétima badalada...
Se agachou aos poucos na parede ao lado do quarto, paralisada... Oitava badalada... viu um bilhete escrito em sangue ao chão, preso por uma pequena faca, do tamanho de um alfinete...
“Você é a próxima para poder me ver e encontrar os que já foram”... Nona badalada...
Linda olhou para seus pais e se colocou no meio dos dois, enlameando-se com o sangue da própria família... Décima badalada...
Caiu uma lágrima de seus olhos, a primeira... Décima Primeira badalada... outra lágrima escorreu-lhe o rosto... Décima Segunda badalada...
Uma faca cortou-lhe o peito doze vezes, a morte foi sem dor apenas com saudades de tudo e de todos...
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Não provado que o mal é mais forte que o bem, mas provado que o mal faz sua diversão, sua alegria de matar, ou provocar, sendo a última escolha, e mais plausível, implorar pelo bem...
“Sorte àqueles bem aventurados pela escuridão, mesmo que quando voltarem para a claridade não sejam os mesmos...”.
Marcelo Finavaro Aniche
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