A agitação na rua anunciava que as férias havia acabado.
As crianças alvoraçadas, tomavam todo o espaço da escola. O pátio era pequeno para tantas crianças.
Lá no canto, bem sem jeito todo desconfiado estava o Marquinhos. Era uma pessoínha muito tímida e um tanto desconfiada. Não estava gostando nem um pouco daquela confusão. O lugar completamente estranho deixava-o com saudades de sua casa.
A campainha indicava que o momento de fazer a fila havia chegado mas ele não manifestava desejo de entrar naquela fila.
Não sabia à que lugar levava esse trenzinho, aluno atrás de aluno.
_" E se quebrar a minha sandália ou machucar o meu pé? Lá é que eu não vou. Estes meninos empurrando meu pescoço!..."
Todos entraram e lá ficou Marquinhos, procurando o melhor lugar para sair sem ser visto.
Com os seus cinco anos de idade queria mais era soltar pipa com seu irmão Paulinho.
A Orientadora, tentou levá-lo para sala mas ele "emburrou-se" e não tirava o pé do lugar. Não chorava, mas também não falava uma palavra.
Já impaciente, a ponto de desistir da missão, quando aparece Dª. Marli a professora de sua turma, com um jeito especial ,com um olhar de companheira com uma voz macia consegue arrancar um sorriso do garoto.
_ Vem comigo juntar-se aos amiguinhos que ganhei este ano.
O seu semblante foi ficando mais tranquilo e mais alegre.
_ Vamos para a sala ficar conosco _ ela disse.
Você vai conhecer outros coleguinhas que também vieram pela primeira vez à escola.
_ Eu quero é a mamãe. Ela sumiu...- as lágrimas que saiam dos seu olhos, formavam uma rio pequenino sobre a sua face, indo desembocar na gola da camisa.
_ Mamãe foi para casa esperar você mais tarde com um apetitoso almoço.
_ Mas ela disse que vem me buscar!...
_Virá sim. Vamos esperar lá na sala. Todas as mães virão buscar os seus filhos após a aula. A sua também virá.
Segurando a mão do garoto e conversando sempre, foi levando-o para a sala sem que ele percebesse. Os alunos receberam-no com carinho, oferecendo lugar para sentar.
A tristeza sumiu do seu rostinho , ambientou-se, - e ora vejam! - ele já não queria ir embora na hora da saída.
Dona Marli, precisava correr atrás das crianças, para não haver atraso para os pais. Com satisfação repetia:
- Até amanhã, meus queridos!