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Cronicas-->Absinto, beba-o e vomite -- 16/06/2001 - 22:54 (Alberto D. P. do Carmo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você já tomou Absinto? Dizem que desperta o romantismo nas pessoas. Dizem também que é "cult". Foi a birita da moda faz pouco tempo. Aposto que você vai querer experimentar.
Segundo os historiadores, grandes personalidades se chafurdavam nesse líquido. Salvo um lapso da memória, até o Rui Barbosa dava seus tragos - e depois tagarelava sem parar. Van Gogh deu umas bicadas. Acabou sem orelha. Será que foi na ressaca ou na hora do barato? A graduação que eles encaravam, parece-me, era de oitenta e pico. Devia ser o fim da picada.
Antes de mais nada, vamos ilustrar sua cultura geral. Segundo o Aurélio, trata-se de "pequena erva aromática européia, da família das compostas, dotada de propriedades amargas, cujas sumidades floridas são empregadas no licor de absinto, muito conhecido por suas propriedades tóxicas". Pomposo, não? Com certeza vai libertar o tigre, ou a tigresa, que existe em você. Você vai dar, ou receber, feito um descendente do Pernalonga. Fora a brochada, no caso do macho.
Agora, para escrever, ou compor, ou mesmo pintar, devia ser um arraso. A patota que andou tomando o dito lá nos tempos de outrora gastou a caneta, os pincéis e as batutas. O treco devia ser supimpa mesmo. Acho que o Sartre também andou bebericando. Deve ser por isso que escreveu tanta besteira e deixou aquele piteuzinho da Simone a ver navios - e frequentando outros mares também, para encontrar um gringo que, pelo que consta, não se dava bem com o licor.
Mas não se preocupe. O coquetel que você vai tomar nas baladas tem só uns cinquenta e poucos graus. Você não vai escrever como o Sartre, nem pintar o sete como o Van e tampouco traçar suas fusas e semínimas como o Debussy. Vai, no máximo, virar cronista.
Fico imaginando se o Beethoven desse uns tragos. Talvez começasse a compor rock & roll e ouvisse até estrelas. Apenas tome cuidado com os absintos paraguaios que pintaram no pedaço, caso contrário você vai acabar escrevendo umas guarànias e olhe lá.
Mas, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Os da minha geração entendem o buquê que acompanha a garrafinha. Remete-nos à Paris das mesas nas calçadas, onde o papo rolava solto. O que aquela turma produziu cai direto no vestibular. Talvez fosse o ópio dos intelectuais - e o povo só na religião e na branquinha. Será que o efeagá do Veríssimo vai encarar umas doses? Vai que a coisa melhore e a cachaça perca o trono. Já pensaram no que seria o MST brindando as invasões com Absinto? É charme para ninguém botar defeito. De repente o Lula até soltasse a língua.
Algo me diz que, se o Padre Marcelo caísse na boquinha da garrafa não ia ter para mais ninguém na Sapucaí. E se o Jamelão arriscasse uns cálices, ninguém mais calaria esse Caruso da avenida.
Talvez ela se casasse comigo e o sertão virasse mar. Mas, se eu ousar, vocês vão ter que me oferecer, graciosamente, uma cadeira cativa no Pinel, com pensão completa.
Salta uma Brahma estupidamente gelada!







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