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Contos-->Vivendo a vida e a morte (DEPRESSA DEMAIS) -- 21/10/2001 - 14:06 (Diogo Luiz de S. B. F. Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava entusiasmado com a sua primeira aula, não do curso de engenharia, porque esse aliás,
o deixara pacificamente desolado.
Willian sempre fora o pequeno burguês que seus pais anseiavam ainda em útero.
Havia estudado como louco para prestar o vestibular para um curso que não tinha a menor vontade de seguir.
Afora as submissões, estava disposto a aproveitar o tempo que lhe restava para fazer algo que não fazia há bastante tempo, relaxar. Por isso, havia se matriculado na natação, esperava esquecer um pouco o curso de engenharia, o medo, a vida e os demais agentes de seus tormentos.
Tomou o ônibus e seguiu, sentia-se livre naquele dia, por poucas vezes em sua vida decidira
o que iria fazer, ou mesmo refletira sobre suas reais aptidões e paixões.
O dia era mágico, ansiado, não podia ver a hora de nadar, sem pensar em absolutamente nada, de
fugir através da água.
Finalmente chegando, deu de cara com uma moça linda, que não aparentava mais de 25 anos e que
imediatamente perguntou-lhe o que desejava.
-Me chamo Willian, gostaria de encontrar o professor, vim para minha primeira aula.
-Seja bem vindo Willian ,me chamo Marina, eu sou a professora - sorriu e foi até a pscina.
Não podia acreditar, estava anestesiado por completo, aquela moça de beleza singular seria sua
professora de natação, sentiu seu corpo tremer, uma sensação estranha, como uma onda o engolindo
inteiro.
Ainda sob efeito do choque, Will seguiu até a piscina, onde Marina fazia sinal chamando-lhe.
-Venha aqui, precisa fazer o exame.
-Que exame?
-O exame médico oras! -soltou uma leve gargalhada, e como era linda sua gargalhada, ainda que bastante atípica e quase perversa.
Seguiram por um corredor, não havia quase ninguém no clube, exceto alguns funcionários. Entraram
numa sala, que por sinal estava bastante quente.
-Tire a roupa -ordenou Marina.
-Mas como, tirar a roupa na sua frente?
-Fique tranquilo, todos aqui já tiraram -soltou novamente uma gargalhada.
Will sentiu o seu corpo quente suando frio, e entendeu que Marina começava a perceber seu pânico.
-Não vai tirar? pois eu mesma tiro. -brincou.
-Não, de forma alguma, pode deixar, eu tiro sim.- e tirou.
-Você chegou muito cedo Will, os outros alunos chegarão apenas daqui a trinta minutos.
-Na verdade eu estou bastante ansioso por essa aula, esperei a semana inteira por ela.
-Verdade? pode ter certeza que vai adorar, todos aqui adoraram.
Olhava as pernas de Marina, eram lindas, bem torneadas, seus trajes ofereciam uma visão
privilegiada de seu corpo, seu abdome extremamente rijo, seios médios, exatamente como ele admirava, seus olhos claros a pintavam com uma feição angelical, feição que contrastava com sua boca carnuda, de mulher sensual. Escutava com muita atenção o que ela dizia, ao mesmo tempo que
temia uma ereção inesperada, aquele mofo, aquele calor, e principalmente aquela mulher que o
fitava e o examinava nu, eram coisas que o deixavam muito excitado, quase sem nenhuma vontade mais de nadar.
-Qual a sua idade Willian?
-Tenho 19 anos.
-Humm O que faz da vida? vista-se.
-Vou começar a cursar engenharia.
-Estás ansioso?
-Sim, bastante- mentiu.
-Não parece estar... bem, acho melhor nós irmos, os outros já devem estar chegando.
Naquele mês as aulas foram maravilhosas, sempre descontraídas, fizera algumas amizades,
inclusive com futuros acadêmicos, mas era Marina o motivo principal de suas idas frequentes ao
clube. Foi descobrindo-a aos poucos, entre algumas dessas descobertas, soube que perdeu os pais bastante cedo, morava sozinha, cursara medicina e largara o curso no quarto período para ser professora de natação, esporte que praticara durante toda a sua adolescência.
O semestre que seguia e o levava, prometia muito para Will, lá enxergara tudo que o fazia
sentir-se, indepente de sentir-se bem ou mal, aquele clube o fazia sentir-se. Estava bastante
contente, esperava tudo daquele lugar, menos relaxar, Marina não o deixava. Os treinos eram
bastante pesados, e em breve Will estaria pronto para competir. Marina o ajudara a descobrir
um potencial que até então não admitia ser portador.
Um dia, conversando com ela, perguntou:
-Acha mesmo que tenho chances nesse campeonato?
-Mas é claro, todos aqui tiveram uma chance.
No 4º mês Will já estava pronto, sentia-se entusiasmado, embora sentisse a falta de dois
amigos do clube. Perguntava sempre a Marina os motivos que os fizeram deixar o esporte,
e ela sempre respondia:
-Eles sabem o que fazem, todos aqui souberam. Espero que você também saiba Will.
A cada dia que passava Willian a desejava mais, sonhava constantemente com ela, com seu corpo,
com sua gargalhada, com seus cabelos loiros e curtos, que o deixavam livremente beijá-la o
pescoço.
Com a chegada da competição, os treinos exijiam cada vez mais de Will, inclusive que ele
ficasse um tempo extra após os treinos.
Num desses dias em que treinava, pôde ver Marina o fitando de longe, gritou, chamando por ela. Com a sua aproximação, pôde perceber que ela usava
um biquini mínimo, azul claro.
-O que você tá fazendo aqui?
-Vim te ajudar em alguns exercícios... você não precisa?
-Não, não é isso, apenas estranhei.
E Marina se aproximou, pulou na água como um verdadeiro peixe. Willian estava completamente
tenso, ela estava absolutamente linda, seu corpo mais sensual do que nunca, seu sorriso iluminara
tudo, e o clube ainda estava escuro, a noite o abençoara. Marina o ajudava com os exercícios,
encostava-lhe o corpo, mexia-se muito, Will estava completamente excitado com tudo, podia sentir o corpo de Marina, o corpo que ele tanto sonhara, sentia o seu hálito quente no pescoço, a água morna, sentia a vida como nunca, sim, sentia a vida.
Beijaram-se ardentemente, se roçavam, se sentiam, se amavam. Will tirou o biquini de Marina, que se confundia com a água, beijava-lhe o pescoço, os seios, a boca, ao mesmo tempo que lhe descortinava o púbis loiro e liso. Marina era um verdadeiro peixe, movimentava-se com habilidade inigualável, amava na água com engenho e perfeição. Will desfaleceu, Marina também.
Foram até o vestiário, tomaram um banho quente, beijaram-se, roçaram-se, amaram-se novamente na
sauna.
No dia seguinte Willian decidiu que não sairia mais da natação, que levaria o esporte a frente,
paralelo ao curso, o qual ele nem pensava mais, desdenhava e desprezava. Os pais estavam velhos,
e falavam sempre as mesma coisas, da mesma forma. Dividiam o mundo de Willian em dois, a vida
patriarcal de não mais pacífica submissão, e o universo paralelo de Marina.
E assim Willian foi levando sua vida, morrendo em casa e vivendo no clube, na companhia de sua
sereia.
Estava muito feliz, até que meses depois descobriu que era soro positivo. Quis matar Marina, mas a amava apesar de tudo. Sabia que todos haviam tirado a roupa, que todos adoraram, que todos tiveram uma chance, e que todos haviam beijado, roçado e amado Marina, e que esses haviam deixado o esporte para tomar os mesmos coquetéis que ele agora tomava.
Willian viveu, e morreu em sua vida, descobriu Marina, descobriu que a vida é doce e depressa
demais. Ele nem queria mesmo terminar o curso de engenharia...


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