Na porta da minha casa havia uma árvore
Que caiu, não existe mais...
Na frente da minha casa havia um senhor
Que morreu, não existe mais...
À frente dos meus olhos haviam pessoas
Que se foram, não existem mais...
Dentro de mim havia um ser
Que mudou, não existe mais...
Na porta da minha casa
Uma outra árvore nasceu...
Para frente de minha casa
Mudou um outro senhor...
À frente dos meus olhos
Outras pessoas surgiram...
Dentro de mim
Um outro ser apareceu.
Mas alguém passou na minha rua
E a olhou!
Como que num quadro extremamente
Passageiro,
Viu uma árvore que nunca mais verá.
Viu um senhor que nunca mais verá.
Viu pessoas que nunca mais verá.
Viu-me! Um jovem que nunca mais verá...
À frente deste alguém haverá caminhos que nunca verei,
Haverá alegrias que nunca sentirei
Haverá mulheres que nunca amarei
Haverá desilusões que nunca terei
E haverá outras e outras pessoas com as quais nunca conviverei
E para cada uma delas haverá caminhos,
Alegrias, mulheres, desilusões, outras e outras pessoas diferentes,
Outras e outras experiências diferentes....
Pessoas e experiências alheias a este alguém, a mim,
a qualquer uma destas pessoas que entrou na história.
Mas para mim
Haverá sempre uma árvore,
Um senhor,
Pessoas
E um eu diferente do eu
De um segundo atrás...
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