Usina de Letras
Usina de Letras
146 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62178 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50582)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->DISCRETO RETRAIMENTO -- 16/12/2001 - 12:30 (Humberto Bley Menezes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






DISCRETO RETRAIMENTO



Humberto Bley Menezes





Se bem me lembro

E não lembro bem.

(Dizem que sou ameba,

Uma amnésia personificada).

Sou esquecido

Das coisas doces e azedas

E das amargas e doloridas, também.

Lembro vagamente.

Dos passos surdos,

Das calçadas mijadas,

E vomitadas

Das madrugadas.



Voltar sozinho,

Frio desgraçado,

Cigarro molhado,

Chuvisco encardido,

Fábrica de tuberculosos.

Todos os andantes da noite

Encharcados de cachaça

E de melancolia,

Distraídos dos paralelepípedos

De ponta para cima, curiosos,

Zombeteiros,

Derrubando bêbados e

Velhinhas pungentes

A caminho da primeira missa.



Se bem me lembro,

E não lembro bem.

Existem prazeres

Nas mesas de canto,

No primeiro copo,

Na primeira frase,

Na tirada genial

Que anotei no guardanapo,

Que borrado de mostarda

Ficou em cima da mesa.

Persistir na noite

Despojado de genialidade

Esquecido da repartição.

Poeta que busca remédio

Para as coisas

Do coração.

Que o vai matar.

Depois do fígado.

Ou do câncer de pulmão.



Boa noite, poeta.

Bom sono, poeta.

Descansa guerreiro

Seus versos perdidos

Nas mesas dos bares

Nas latas de lixo

No sutiã de uma amiga,

Foram libertos afinal.

Vagueiam no espaço

Redimem um pouco

A mediocridade

Dos inocentes.

Que dormem o sono justo

Abraçados aos travesseiros

Fofinhos de conformismo.





Tentei evitar pisar na merda de cachorro o no vômito dos bêbados.

Um chiclete mascado, grudado ao meu sapato, carrega outro guardanapo boêmio pelas calçadas de Curitiba,.testemunha de meus tropeços. Meu nariz empinado rompendo a geada, altivo, rumo ao colo da amada, encontra o assaltante que humilha, rouba o poema, deixa o dinheiro e leva o violão. Amanhã racionalizo. Por ora quero acabar o poema, driblar meus fantasmas e dormir..





Contacto: hbm120147@ig.com.br











Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui