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Erotico-->ALÉM DAS ENTRELINHAS -- 10/10/2013 - 15:28 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O vento que vinha do sul, já trazia o ar mais gelado, sem importar-se com o sol a pino que brilhava naquela tarde. Era uma tarde perfeita para Ana desfrutar do que mais gostava de fazer.
Depois do trabalho matinal, onde revisava seus textos, e enviava a matéria para o jornal onde era colunista, se dava o direito de caminhar na areia da praia, que ficava a uns 200 metros de sua casa.
Vestiu uma saida de praia branca, bordada, com uma transparência que mostrava suas curvas, e por baixo um biquine da mesma cor. Sua pele era bem alva e os cabelos castanhos bem escuros. Dentro daquela paisagem tão clara de roupas e pele era mesmo o cabelo que se destacava, quando habitualmente, depois da caminhada, espalhava uma canga na areira e repousava tranquilamente, antes de pegar em sua bolsa, alguma coisa para ler.
Seu gosto eclético lhe fazia viajar entre as milhares de publicações que existiam em sua biblioteca particular. Tinha por hábito, abrir mão, quando podia de mensagens pelo computador. Seu tradicionalismo era herança de seu pai e seu avô que sempre lhe estimularam a ler.
Ana, vivia sozinha, e em paz, na melhor companhia, que era a sua. Não trocava sua liberdade por nada. Sempre que tinha vontade de compartilhar alguma coisa com alguém, ligava para sua mãe, que morava em outra cidade, ou, uma ou outra amiga que fez durante os últimos anos dessa imensa e gostosa solidão.
Havia um rapaz, que estimava bastante e por quem nutria um imenso amor, entretanto, suas vidas haviam tomado rumos diferentes. Conheceram-se no colégio e quando se deram conta de que deveriam ficar juntos, o destino já havia providenciado caminhos diferentes para eles.
Ele casou-se, teve filhos e levava sua vida com tranquilidade. Ela, por outro lado, havia tido alguns relacionamentos, mas, seu critério seletivo não lhe permitiru unir-se a qualquer um que tivesse conhecido até o presente momento.
Ana era uma boa cronista e recebia elogios constantes de seus leitores. Sempre que havia possibilidade, algum homem insistia em conhece-la pessoalmente, pois corria na mídia o fato de que era solteira.
Ana porém, se mantinha da retranca. Apesar do teor de seus contos e crônicas apresentarem personagens bastante sedutores, era tímida em suas intenções, bastante recatada.
Certo dia, recebeu, ao invés de um assédio direto, um email bastante comedido, de um outro escritor que já lhe seguia a alguns anos em seu blog e suas outras publicações. Ela, já o havia percebido, pois seu requintado modo de escrever havia chamado atenção.
Ana entretanto seguia sua vida de modo que não abrisse brechas para relacionamentos oriundos daquele meio.
Seus comentários tratavam assuntos comuns, nos elogios ao trabalho dela, entretanto, misturava um pouco de alegria nos comentários e um perfil doce, delicado e bastante sedutor.
Essa foi a palavra em sua análise que chamou mais atenção. Sedutor... A muito não havia em sua vida um homem sedutor, dotado de delicadeza e palavras carinhosas. Sempre que recebia mensagens eram cheias de intenções outras.
Naquela manhã, ao receber uma mensagem do tal homem, instintivamente respondeu, com a mesma delicadeza da mensagem que recebera.
Abriu-se de forma tão simples e tão clara que mais pareciam velhos conhecidos. Instantaneamente trocaram telefones e imediatamente a informação chegar ao seu destino, seu telefone tocou. Era ele, tinha uma voz calma, macia e ao mesmo tempo forte.
A urgência era tanta, que terminaram, depois de um longo papo por telefone, marcando uma água de côco na parte da tarde.
Hoje, Ana tinha um motivo a mais para caminhar na praia. Iria encontrar alguém, com quem até então só apresentava bons motivos pra isso.
Desceu o condomínio, com o coração aos pulos, cheio de expectativas, cheio de dúvidas, mas desceu, confiante, postura ereta e ao mesmo tempo relaxada. Uma elegância natural.
Pouquíssima maquiagem, um chapéu típico de praia para proteger do sol forte.
Assim que chegou ao calçadão, identificou o homem que já havia dado algumas informações preliminares para que pudesse ser reconhecido. Beiravam a mesma idade, quase cinquentões.
A empatia foi imediata. Ele a olhou nos olhos com um olhar sincero, de quem quer se abrir.
Conversaram por algumas horas, com tudo que podia existir entre velhos amigos, sendo aquela a primeira vez que se viam. Ele a conhecia profundamente, de ler seus contos, afinal, quando escrevemos, mesmo usando personagens, sempre existe um pouco de nós, em cada um deles.
Esse foi então, o primeiro encontro de Ana e Cesar.
Deste, se fariam outros, que contarei depois...

Valentina Fraga

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