Numa noite atravessando vago rio sem bote
Duas belas representações da vontade
Falecido os sentimentos de D. Quixote
Perderam as faces da ilusão e da verdade!
Aquele objetivo comum que outrora uniu
A ilusão grandiosa de ser amado e amar
Com a verdade insensível de poder perpetuar
Deu o que tinha para dar e partiu!
Mas que será ilusão?
Que será verdade?
A primeira, um grito de estupefação?
A segunda, o alívio da liberdade?
Oh! Mas que será estupefação?
Que será liberdade?
Quem vencerá, o instinto ou a razão?
Nenhum! Vencerá novamente a vontade!
Aquela sem explicação que vem e vai,
Nos induz, conduz, enaltece e decai,
Na máscara do instinto, razão, amor ou liberdade,
No fim é sempre a mesma coisa: ó louca vontade!
ALAOR TRISTANTE JÚNIOR
alaorpoeta@ig.com.br
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