Rei Momo desce a ladeira de camisa regata encardida de tantas exposições a poeira e ao sol que aquece as favelas do guri. Raquítico, pula na alegria de um eterno carnaval que mascara a fome dos desdentados do capitalismo finamente disfarçado de politicamente "correto". O bloco do desce e sobe as ladeiras das favelas, diariamente carrega o estandarte de uma esperança desenhada no sorriso de um menino, da mulher lavadeira, da criançada a brincar de pipa na pura ilusão do céu habitar.
O magro Rei Momo e a Rainha do Carnaval a comandar a alegria dos excluídos pela sociedade pragmática farta de corrupção. Festejam o circo com seus palhaços outrora lembrados em campanhas eleitoreiras e largados à margem do capitalismo que segrega a alegria de um povo com sede de uma vida justa.