Carta publicada em 30 de Junho de 2009 no Fórum dos Leitores do Jornal - O Estado de São Paulo
O mês de julho se aproxima. É um mês especial para os paulistas. No dia 5, a Revolução Tenentista de 1924 fará 85 anos. A revolta, hoje pouco lembrada, foi travada na cidade de São Paulo, durante quase todo o mês de julho, e deixou dezenas de mortos e feridos. Oficiais do Exército, descontentes com o presidente Arthur Bernardes e os abusos da velha República, e liderados pelo general Isidoro Dias Lopes, com a ajuda da então Força Pública do Estado de São Paulo - hoje Polícia Militar -, além de ocuparem quartéis, repartições públicas, estações ferroviárias, correios e telégrafos, fizeram o governador Carlos de Campos abandonar o Palácio dos Campos Elísios para montar a contrarrevolução, lá nos lados do Ipiranga. Os revolucionários montaram o seu quartel-general na Igreja de Nossa Senhora da Glória, no Cambuci, por causa da sua ótima posição topográfica, no alto de uma colina. De lá eles acompanhavam os movimentos das tropas legalistas, que chegavam do Rio de Janeiro e de Minas Geras. Os legalistas fizeram da Estação Vila Matilde o seu quartel-general. Os tenentistas perderam essa batalha, mas em 1930 levaram Getúlio Vargas ao poder, por intermédio de outras revoluções. Em 9 de julho a Revolução Constitucionalista de 1932, contra o ditador Getúlio Vargas, completará 77 anos de orgulho para um povo "que conduz, não é conduzido". Perdemos a batalha, mas ganhamos a guerra - a Constituição de 1936. Salve os heróis do MMDC, abraçados aos soldados e civis que com eles jazem na cripta do Mausoléu aos Heróis de 1932, no Parque do Ibirapuera, sob o Obelisco, monumento glorioso, sempre alerta aos inimigos da real democracia.
Roberto Stavale, bobstal@dglnet.com.br
São Paulo
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