Do outro lado, avistava a imensa solidão a fazer festa no silêncio. O silêncio era a única companhia que sempre teve e nunca se queixou. A amiga tristeza era fiel escudeira e não deixava por menos, pois todas as vezes jazia em seu leito e acalentava seus sonhos de outrora nunca foram concretizados. Pairava sempre à espreita pra ver a passagem do grande teatro que inundava seus sonhos de alegria. Sonhava em nunca precisar ver gente, bastava a si e tinha a certeza que não seria traída na margem do rio. Tinha todos os desejos e ninguém precisava saber visto que saber não teria como realizá-los e caminhava sempre à margem com a agradável sensação de uma arejada sombra das árvores que a protegiam do outro mundo. Mundo não dela e só dela é que deveria ser.