AO CHEGAR EM NOSSO ABRIGO,
A PRIMEIRA COISA A FAZER
ERA LIVRAR-ME DAS VESTIMENTAS,
AFINAL, ALI, ÉRAMOS SÓ EU E VOCÊ.
AS ROUPAS ERAM ADORNOS DESNECESSÁRIOS.
ALI ESTAVAM NOSSAS ALMAS NOS CORPOS USUAIS.
BASTAVAM-SE.
DESPIR-SE, SERIA A EXPRESSÃO MAIS
LÍQUIDA DE NOSSAS REAIS INTENÇÕES.
NA CAMA DE LENÇÓIS BRANCOS E ESTICADOS,
ESTICAVA TAMBÉM MEU CORPO,

SEDENTO DO TEU TOQUE, DO TEU CARINHO,

E EXIBIA MINHAS FORMAS, MEU SEXO,

PEDINDO-LHE, POR FAVOR, QUE ME AMASSE,
AFINAL, POR ESSE MOTIVO ESTÁVAMOS ALI,
DISTANTE DO MUNDO QUE NOS RODEIA
E SUFOCA NOSSOS INSTINTOS NATURAIS.
DESTE-ME O QUE PRECISAVA:
BEIJOS LONGOS, ENTRELAÇADOS DE LÍNGUAS,
MISTURADOS A UMA RESPIRAÇÃO OFEGANTE
VINDA DO FUNDO DA ALMA,
GEMIDOS LONGOS, E INSTIGANTES,
E SOBRAVA O DESEJO ENORME DE UNIR
CORPO E ALMA.
TUAS MÃOS BUSCAVAM MINHAS CURVAS
TEUS OUVIDOS OUVIAM MEUS APELOS
TEU MEMBRO PROCURAVA MINHA CAVERNA
QUE HÁ TANTO ÚMIDA, TE RECEBIA COM PRAZER.
E TEU CORPO, BUSCAVA ABRIGO NO MEU,
E TEU GOZO MISTURADO AO MEU
FAZIA UM SÓ LÍQUIDO, A ESCORRER DISPLICENTE.
E DEPOIS, O AFAGO, O DESCANSO,
DE DUAS ALMAS REALIZADAS DEPOIS DO PRAZER.

VALENTINA FRAGA