O nome dela é Adriana. Trinta e cinco anos, solteira, independente, mora com uma amiga chamada Sara. Publicitária, ganhadora de alguns prêmios de designer gráfico e curtas de publicidade. Trabalha na revista Arte Pop. Drica como é conhecida é despachada para assuntos profissionais, entretanto, muito discreta em suas relações pessoais.
Há algum tempo atrás conheceu Sergio, quarenta e cinco anos, designer gráfico, divorciado, sem filhos. Logo que se conheceram em um workshop em São Paulo, rolou um clima gostoso entre os dois.
Há dois meses vem mantendo um clima de amizade bastante interessante e não rolou nada até agora em função do stress e quantidade de trabalho que os dois acumulam. Sérgio vem segurando as pontas pois desde o primeiro encontro, olhava Drica com muita vontade de tê-la em seus braços, entretanto, como havia se separado há pouco tempo, estava temeroso em estabelecer uma nova relação.
Drica estava incomodada, porque tinha muito tesão nele, mas, respeitava essa condição. Se viam eventualmente e sempre socialmente, e Drica desconfiava que isso tinha muita ligação com esse medo de Sérgio.
Certo dia Drica recebeu logo pela manhã um buquê de rosas vermelhas e quando abriu o cartão havia escrito:
Minha querida, gostaria de estourar um champagne com você, em sua casa. Você me receberia?
Drica corou. A colega ao lado estranhou as flores e o rosado forte do seu rosto, e logo falou: Ihhh! Rolou um clima!! E aí o cara se decidiu? Apesar de ser uma pessoa discretíssima, já havia comentado sobre Sérgio com essa colega, que era companhia certa para o almoço e com sua amiga de apartamento.
Drica respondeu: É... Acho que vai rolar, quem sabe, já estava perdendo a esperança. Achei que ele queria mesmo uma boa amiga para dividir os problemas. Ele deve estar no email aguardando minha resposta, vamos ver.
Logo que ligou a máquina, viu o status de Sérgio ligado. Sabia que aguardava sua resposta. Ele parecia tímido e devia estar tão vermelho quanto ela, e muito ansioso.
Ela escreveu: Bom dia meu querido. Adorei a surpresa. Não é sempre que recebo rosas, e vermelhas... Terei imenso prazer em recebê-lo em meu apartamento. Avisarei ao porteiro de sua chegada, é só subir. Acho que as vinte e trinta é um bom horário pra que eu possa preparar alguma coisa para acompanhar o brinde.
E logo em seguida recebeu a resposta do email: Estarei lá.
Drica entrou em pânico. Ligou para Sara e falou sobre o encontro em sua casa, e logo Sara falou: - Amiga, não vou segurar vela. Marquei com Marquinho hoje e já vou avisar que nosso programa é pra noite inteira.
Drica ficou aflita, pensando em quantas coisas teria que providenciar, pois, a vida de uma mulher solteira é livre o bastante para não comprometê-la com os armários e geladeira, portanto teria que providenciar alguns quitutes para receber seu convidado.
Resolveu então, sair um pouco mais cedo e passou na delicatessen próxima da sua casa e comprou alguns salames, queijos, torradas, alguns molhos e seguiu para casa, para se preparar para o encontro. Havia pensado em um macarrão, ensinado por um amigo especial, mas não daria tempo de preparar um molho saudável e bem elaborado.
Chegou em casa, preparou todos os quitutes e foi para o banho. Se perfumou inteira, colocou um vestido bonito e leve, e ficou aguardando a chegada do convidado.
Conforme combinado ele chegou pontualmente, acompanhado do champagne. Estava muito bonito e perfumado. Os dois se olharam e sorriram.
E o que aconteceu depois, eu conto em outra oportunidade.
Valentina Fraga.
|
