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Contos-->Maressa -- 24/10/2001 - 12:42 (A. Vicente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nome exótico. Sotaque paulista, quase de telesexo. Longos cabelos lisos. Castanhos. Olhos idem. Boca que materializava o diabo. Nem Boticelli desenharia melhor aquele corpo. Seu perfume era feromônio puro. Parece que o pecado tinha vindo ao Recife só para nos testar. E fazíamos questão de ser reprovados em todos os exames. Era o sonho de consumo dos meus olhos adolescentes. Pelo visto não só dos meus. O colégio em peso babava por ela.
Recreio. A turma se reunia para reconstruir o roteiro que ela tomara na noite anterior e, claro, nos refastelávamos com aquela delícia rebolando de um lado pro outro na cantina. Tinha um carinha cuja irmã conversava com a paulista. Homem de sorte. Informações de primeira mão, fresquinhas, toda noite. Mas, cá pra nós, adiantava de quê? Ela não era para nossos bicos. Éramos apenas abutres carniceiros. Tão abutres que divagávamos sobre qualquer assunto pertinente a nossa sílfide.
Por exemplo, com qual cara do colégio ela saia? Anos mais tarde soube que meu primo tinha se lambuzado naqueles seios. Filho-da-puta, Ângelo! Não que minha tia seja, mas digo isso em nome da turma. Lembro que a enquete de maior sucesso, até mesmo entre o grupo das meninas invejosas, era se Maressa usava ou não calcinha. Nunca, e esse nunca não é apenas estilístico, seu jeans estava marcado. O mistério jamais foi solucionado, apesar de na época já sermos bundólogos de longa data e as meninas especialistas em arrumar defeitos na concorrência.
Houve uma época que até ensaiei uma puxada de papo. Comecei a trocar bilhetes com ela durante as aulas. Bastava algum elemento da tabela periódica ser invocado que eu tascava torpedo. Resultado prático? Nada. Deveria ter escrito coisas mais diretas. Adoraria passear minha língua em você, quer ir pra cama? Não tive coragem. Pior ainda era tentar dirigir fonemas. Só saiam dialetos marcianos da minha boca. Puxa, essas lembranças são bem vexatórias.
E assim foi sendo até o fim do ano. Nunca mais a vi. Às vezes, até hoje, a dúvida vem cutucar minha mente. Usava ou não usava?
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