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Erotico-->LUGAR DOS MUITOS DESEJOS -- 21/10/2014 - 16:35 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A primavera havia providenciado noites mais frias, e o marido havia providenciado confortáveis poltronas na varanda, atendendo aos exaustivos pedidos da mulher que habitualmente, nas minúsculas horas vagas, se deleitava com tintas e pincéis ou mergulhava na leitura de algum livro de contos, ou romances policiais, seus favoritos.
Há algum tempo havia começado a ler uma série chamada mortal, onde, entre muito sangue e assassinatos, havia o amor febril da policial de passado ruim, e um lindo milionário de passado bastante obscuro, coisas sem a mínima importância e que em nada mudariam seu mundo, e só tinha mesmo o intuito de tirar da realidade do dia a dia.
Por mais que lhe doesse a alma, chegara a conclusão que era muito melhor leitora, que escritora e nos últimos tempos, dedicava o tempo livre para ler, muito mais do que escrever ou pintar.
Quando se instalava naquela varanda, lembrava muito, de muitos contos que escrevera anteriormente, que se passavam em varandas e nas muitas utilidades que elas tem, além de tantas portas que abriu, e tantas casas que se fez, para deixar-se visitar.
Entre outras coisas que fazia, ali, naquela poltrona, era fixar o olhar no meio da página, e a luz que vinha do alto, espelhava em sua retina, o brilho claro do papel de boa qualidade, e quando menos esperava, se via ali dentro, misturada àquelas situações, aquelas linhas, frases, parágrafos, misturados a outros momentos que já vivera em sua vida.
Para quem visse de longe, havia só uma mulher, concentradíssima em sua leitura, entretanto, dentro dela, havia um turbilhão de emoções que se misturavam ao romance que lia, além das próprias histórias que contava, e as histórias que já vivera.
Ali havia uma mulher, que ao mesmo tempo que tinha consciência da rudeza da vida, mergulhava em pensamentos e desejos impossíveis.
Ali, havia uma mulher que misturava a dureza do dia a dia, com a melodia dos versos, dos poemas, que coloria em telas da memórias, histórias que jamais passariam de frágeis delírios e pensamentos repetitivos, que vivia intensamente, os desejos dos personagens, misturados aos seus próprios desejos, e na descrição do beijos, sentia-lhe o calor, e dos abraços o apertado enroscar, e na descrição do ato, sentia o próprio orgasmo.
Ali, havia uma mulher simples, que deveria haver em muitas outras mulheres, que se mostram tão firmes como ela, e que por dentro se sentiam tão vulneráveis.
Ali, havia uma mulher que esperava, e tinha esperança, mas, que já não esperava, nem tinha esperança, e sentada na varanda, misturava seus pensamentos, aos pensamentos das páginas que habilmente foleava.
Ali, havia uma mulher, que entre tantas coisas, amava.

Valentina Fraga.
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