“Ela olhou em seus olhos, e disse: Foi muito bom reencontrar você.
E os dois aguardariam o próximo encontro, contando cada segundo.”
Os dias que sucederam, foram de expectativa. Entre um intervalo e outro, já que sua agenda agora permitia que pelo menos ela pensasse um pouco. Recordava-se de muitos fatos do passado, de quando merendava junto com Marcelinho, da cumplicidade em estudarem juntos, de quando ia estudar em sua casa, das poucas intimidades desajeitadas que tiveram na sala de sua casa, onde, sob os olhares de dona Alberta que era uma empregada antiga da casa, Selma e Marcelo estudavam.
Todos os dias pela manhã, antes de sair para o trabalho, Dona Alberta levava Selma até a metade do caminho, atravessava a rua de maior movimento, e deixava Selma seguir seu caminho até a escola, que era uma reta sem maiores problemas. Marcelo morava numa nas vilas que se apinhavam pela rua, a menos de 100 metros da escola.
De vez enquanto, ele ficava espiando pra ver Selma subindo a rua e sempre que podia, lhe pregava uma peça, dando-lhe um susto daqueles.
Existiam alguns jardins ao longo da rua e costumeiramente, Selma colhia algumas rosinhas e levava para Dona Palmira, sua professora de artes, a preferida.
Aquilo tudo vinha como um filme de boa qualidade na memória mais escondida de Selma. Ela achava tudo muito engraçado, tantos anos depois, o fato de reencontra-lo alvoroçar tanto seus pensamentos.
A semana seguiu mais tranquila com a ajuda de Luka, sempre eficiente em suas funções. Selma pediu que ligasse para o consultório de Marcelo e marcasse a segunda consulta. Ao falar com Luka sobre a coincidência ela logo, reparou no brilho do olhar de Selma ao falar sobre isso e saiu com essa: -É, estou vendo que esse moço abalou as estruturas hein chefe?
As duas riram muito da situação, apesar de Selma se mostrar um pouco vermelha de vergonha.
Chegou finalmente, depois daquela longa semana, o dia da nova consulta. Selma chegou ao escritório, especialmente bonita. Logo que à viu, Luka reparou. – Nossa! Assim o colega não resiste!!
Selma logo falou: - Deixa disso menina, só não quero parecer velha aos olhos dele, e sorriu.
Selma vestia um tubinho azul, rendado e seus cabelos médios estavam soltos e escovados. Usava uma maquiagem leve, que lhe dava um tom saudável.
Assim que resolveu todos os problemas na parte da manhã, Selma partiu para Ipanema. Resolveu comer em um bistrô que ficava entre duas lojas de decoração, que observou na primeira consulta. O lugar era bonito e de bom gosto. Uma atmosfera compatível com a paz que Selma procurava.
Pra surpresa dela, Marcelo estava lá, almoçando com uma moça muito bonita, e Selma ficou muito acanhada. Quando a viu entrar abriu um sorriso, levantou e pediu com um gesto que Selma se aproximasse, e logo disse, antes que Selma tirasse outras conclusões: - Olha quem está aqui Ana, é Selma. Ana era irmã mais velha de Marcelo e estudava em outro colégio, entretanto, conhecia Selminha de tanto ouvir o irmão falar, e já haviam se encontrado em aniversário dos colegas, ou quando Selma ia estudar na casa deles.
Depois dos cumprimentos, Marcelo pediu para Selma almoçar com eles, em nome dos velhos tempos e o almoço transcorreu com muita alegria e recheado de histórias entre as garfadas e goles.
Acabado o almoço, Ana despediu-se dos dois e Marcelo e Selma subiram para o andar do consultório. Logo que chegaram lá, Marcelo apresentou Selma à sua secretária, como uma colega de turma e pediu alguns minutos para se preparar para a consulta e Selma aguardou na sala anexa.
Selma já estava mais calma, pois o almoço serviu para descontrai-la.
Marcelo chamou seu nome e logo ela entrou no consultório.
Dessa vez, Marcelo pediu para que deitasse no divã e ela ficou vermelha como camarão. Deus sabe que pensamentos passavam por sua cabeça naquele momento.
Logo que começou, Marcelo disse: Selma, você era uma gracinha, quando nova, e se transformou em uma linda mulher.
Pronto! Isso foi o bastante para deixa-la totalmente embaraçada.
Marcelo viu seu constrangimento e não se deteve. Puxou sua cadeira para perto do divã, tomou as mãos de Selma e lhe disse: Selma, desde jovem eu sou apaixonado por você, e essa paixão nunca me largou, mesmo entrando e saindo de outros relacionamentos, era seu jeito que sempre estava na minha memória, e não tardava em fazer comparações com as moças que namorava, e aí não tinha um resultado muito bom. Você, com esse jeitinho, deixou marcas que não se apagaram dentro de mim.
Selma, que havia procurado ajuda psicológica, estava mais ouvindo que falando. Seu coração estava disparado, um calor que não sabia de onde vinha, tomava seu corpo, e lhe aquecia inteira.
Marcelo tocou seu rosto com suavidade, e passou a mão por seus cabelos soltos, puxou sua cabeça em direção de sua boca e deu-lhe um tremendo beijo, totalmente correspondido. Ela se desprendeu e disse: - Nossa, você beija muito gostoso...quero mais...muito, muito mais... E Selma sentiu o membro rijo de Marcelo por dentro da calça e isso a deixou muito excitada e certamente ela estava totalmente pronta para recebe-lo.
E assim, sem se dar conta, passaram todo o tempo da consulta e mais um pouco, trocando beijos, abraços e confidências, até que a secretária de Marcelo, tocou o interfone, alertando para o horário do cliente seguinte.
Eles se despediram, com beijos e lambidas gostosas, com intenção de repetir aquela sessão, e, com certeza, acrescentar àquelas carícias, muito mais coisas, que quero contar numa outra hora.
Valentina Fraga.
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