ENQUANTO CAMINHAVA SILENTE, PELA ESTRADA DE TERRA BATIDA DA PROPRIEDADE, LEVAVA NOS PENSAMENTOS, MEMÓRIAS E SEGREDOS QUE SÓ A MIM DIZIAM RESPEITO.
CONVIVIA COM ELES, NOITE E DIA, MISTURADOS ÀS ATIVIDADES DIÁRIAS.
MEUS PENSAMENTOS, ERAM SÓ MEUS, E CERTAMENTE OS LEVARIA COMIGO QUANDO JÁ NÃO ESTIVESSE AQUI.
SENTIA SAUDADE DE UM AMOR DISTANTE. SAUDADE DIFÍCIL DE ESTANCAR, SAUDADE PRESENTE.
NUNCA ENTENDI MUITO BEM ESSA QUESTÃO. SAUDADE NORMALMENTE É COISA QUE SE SENTE DO PASSADO, E COMO ESSA SAUDADE ERA TÃO ATUAL, TÃO PRESENTE, TÃO CONSTANTE?
CHEGANDO PERTO DA NASCENTE, QUE DAVA PARA OUTRAS PROPRIEDADES DA ÁREA, ENTRETANTO, NASCIA DENTRO DO MEU TERRENO, RESOLVI DESCANSAR UM POUCO. A SOLIDÃO ME ATRAI, GOSTO DE ESTAR COMIGO, CONVERSAR COM OS BOTÕES E COISAS ASSIM.
RECOSTEI NA ARVORE FRONDOSA QUE DAVA SOMBRA À NASCENTE.
FIQUEI ALI, PENSATIVA, OLHADO A ÁGUA BROTAR DA TERRA, TODA A FOLHAGEM EM VOLTA, OS PASSARINHOS BRINCANDO NA GRANDE POÇA QUE SE FORMAVA LOGO ADIANTE.
OLHAVA PRA ÁGUA, AZUL, TÃO SOMENTE PORQUE REFLETIA O CÉU. ERA ESPELHO, ERA IMAGEM.
DE OLHOS ABERTOS, SONHAVA COM MEU AMOR, COM SEUS OLHOS, SUAS MÃOS, SEUS CARINHOS. VOAVA PRA LONGE, EM CADA MOMENTOS QUE TIVEMOS JUNTOS, E VIA NOVAMENTE, CADA CENA EM QUE, DE OLHOS ABERTOS, GUARDEI NA RETINA, PRA DEPOIS LEMBRAR. SEMPRE ERA DE DUAS FORMAS QUE LEMBRAVA DE TUDO.
FECHEI OS OLHOS, LEMBRAVA NITIDAMENTE DO GOSTO DO BEIJO, DAS MÃOS AFAGANDO O CORPO, O ROSTO, OS CABELOS, PASSEANDO PELA PELE,
E TUDO AQUILO ME CAUSAVA UM ENORME PRAZER.
COMO EU QUERIA QUE ESTIVESSE ALI, BEM DIANTE DOS MEUS OLHOS, PRA ME AMAR, DE TODOS AS FORMAS DE ANTES, COM TODOS OS OLHARES, TODA A SALIVA DO BEIJO, TODO O GOSTO E O CHEIRO DO SEXO, DELICADO E ANIMAL, COM TODA A FOME E A SEDE QUE TEMOS...
AH, COMO EU QUERIA, QUE ALI MESMO, ME TOMASSE, NAQUELA GRAMA BATIDA, DE ENCONTRO COM A NATUREZA E TÃO NATURAL QUANTO.
NUS EM NOSSO PARAÍSO PARTICULAR, FAZENDO O AMOR QUE SÓ NÓS SABEMOS FAZER.
VALENTINA FRAGA |
