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Cordel-->O compadre do tinhoso -- 03/08/2002 - 17:50 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


No sertão lá da Bahia
Essa estória me contaram
Juravam inté de pé junto
Que é verdade o que falaram
O caso tão avexado
Né possive que inventaram

Era um caboclo valente
Mandava e até xingava
Em toda aquela gente
Que com medo nem falava
Ele dizia desaforos
Cuspia e no pé pisava

Andava com sua garrucha
E na bainha a peixeira
Passava em bucho alheio
Pra ele era brincadeira
Até delegado medrou
Não saiu de sua cadeira

Falavam que tinha parte
Com o danado com o assombroso
Enfeitiçava a mocinha
Deixava inválido os moço
Ninguém ousava enfrentar
O compadre do tinhoso

Ele usava uma capa preta
Que de longe já se via
Um chapéu feito de couro
Todo cheio de alegoria
E o seu cavalo grande
Era esbelto ave Maria

Já chegava trotando
Feito um sapo em gia
E os outro pangaré
De vergonha se tremia
Ficavam encolhidinhos
Bem no canto da coxia


Ele ofereceu um dia
O seu filho menor
Pro diabo batizar
Num dia de catimbó
Numa gruta escondida
Com o sangue de um socó

E na cidade choveu
Coisa rara de se ver
Um temporal de raios
Lá no céu dava pra ver
Foi a zanga de Deus
Por que foi aquilo fazer

Logo depois do batismo
A chuva inteira cessou
Teve um baile de forró
Que todo mundo dançou
Sem saber que aquela festa
Satanás foi quem bancou

Muita cachaça da boa
Torresmo e carne seca
Foi até raiar o dia
O rasga-rasga lenga-lenga
Comentaram da tal festa
da fartura de prenda

E o menino também
Era zangado e fechado
Tinha a marca da besta
Gravada de um lado
Era no couro cabeludo
Com brasa foi carimbado

Estava tudo bem
Nenhuma necessidade
Nunca faltava de nada
Para aquele compadre
Respeitado e temido
Por toda uma cidade

O afilhado um dia
Ficou muito adoentado
O pai ficou aflito
E também apoquentado
O padrinho jurou
Para não ficar preocupado

O menino tinha quinze
Uma idade muito doce
E nada da cura chegar
O seu pai adiantou-se
Foi na gruta do batismo
E de lá noticia trouxe

O diabo lhe atendeu
Falando esse recado
Que menino era seu
Já estava condenado
O pai se entender
Discutia com o diabo

O diabo respondeu
Você queria riqueza
Queria valentia
O respeito e a destreza?
O pai balançou o coco
Com tristeza da certeza

Então a alma de anjo
Seria o pagamento
Maldita foi a hora
Daquele juramento
Seu filho foi embora
Só restou dor e lamento

E junto com sua alma
Levou todo o feitiço
Que tinha duração
De apenas quinze ciclos
Voltou pra aquela pobreza
Que a muito tinha vivido

O compadre do tinhoso
Correu pra outro acordo
Já que não tinha jeito
De sair daquele poço
Vendeu a mulher e a si mesmo
E os filho todos os oito

Vai viver na abundancia
Enquanto durar o engodo
Condenou sua família
Por causa do olho gordo
Hoje estão na tv
Onde são também os dono

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