SALTAVA OS OLHOS, EM MEIO À MULTIDÃO, A ONDA DE ACENOS COM LENÇOS BRANCOS, NA DESPEDIDA DOS VIAJANTES.
HELENA SAÍRA CEDO DE CASA, NA INTENÇÃO DO ÚLTIMO ACENO.
ELA ERA UMA MULHER COMUM. TINHA APENAS UMA DIFERENÇA, AMAVA DEMAIS.
HELENA CONHECEU UM HOMEM CHAMADO CARLOS, QUE AMOU DESDE O PRIMEIRO INSTANTE. HAVIA ALGUNS ANOS, SE ENCONTRAVAM DE VEZ EM QUANDO, DESDE QUE SUAS AGENDAS PERMITISSEM.
NA VERDADE, O QUE ELA QUERIA MESMO, E NÃO QUERIA AO MESMO TEMPO, ERA ESTAR TODO O TEMPO AO SEU LADO. SUA CABEÇA DE MULHER SIMPLES, LIDAVA A TODO INSTANTE COM ESSE SENTIMENTO.
CARLOS PARTIRIA EM BREVE, PARA MAIS UM TEMPO, FORA DE SUA TERRA.
MESMO RODEADO POR TANTAS PESSOAS, HELENA TINHA CERTEZA QUE O ENCONTRARIA SÓ NA ESTAÇÃO. A CIDADE ERA PROVIDA DE VÁRIAS LINHAS FÉRREAS QUE CORTAVAM TODO O PAÍS, E ERA BEM MAIS FÁCIL E CONFORTÁVEL FAZER ESSES TRAJETOS DE TREM, E POR ESSE MOTIVO, HELENA CONFIAVA QUE PODIA ENCONTRA-LO ALI, PARA UMA RÁPIDA DESPEDIDA.
A ESTAÇÃO ERA UMA CONFUSÃO SÓ, COM VÁRIAS PARTIDAS E CHEGADAS. FAMÍLIAS INTEIRAS RECEBENDO PARENTES, E OUTROS TANTOS SE DESPEDINDO.
CARLOS JÁ HAVIA CHEGADO. ESTAVA SENTADO NO HALL LENDO JORNAL.
LOGO QUE HELENA SE APROXIMOU, CARLOS SENTIU SEU PERFUME. ELE GOSTAVA DAQUELE CHEIRO. ERA O PERFUME, MISTURADO COM O CHEIRO DA PELE DELA, ONDE ELE DESLIZAVA AS MÃOS, ONDE A ENCHIA DE PRAZER.
OS DOIS SE OLHARAM E NÃO PRECISAVAM DIZER NADA PARA SABER O QUE SENTIAM.
HELENA E CARLOS ERAM AMANTES INSACIÁVEIS. GOSTAVAM DE DAR PRAZER UM AO OUTRO.
O TEMPO ERA CURTO, LOGO O TREM DE CARLOS HAVERIA DE ENTRAR NA PLATAFORMA E DEPOIS QUE TODOS OS PASSAGEIROS DESEMBARCASSEM, AINDA HAVERIA O TEMPO DA INSPEÇÃO, DA LIMPEZA DOS VAGÕES E DA REPOSIÇÃO E PREPARAÇÃO PARA A PRÓXIMA VIAGEM.
HAVERIA NÃO MAIS QUE UMA HORA, ATÉ QUE COMEÇASSE O NOVO EMBARQUE. HELENA E CARLOS, TERIAM ESSE TEMPO PARA AS DESPEDIDAS.
A GRANDE ESTAÇÃO OFERECIA MUITO CONFORTO, E DENTRO DAS DEPENDÊNCIAS HAVIA UM HOTEL DE TRÂNSITO, ONDE ALGUNS PASSAGEIROS SE HOSPEDAVAM, NA INTENÇÃO DE UM BREVE DESCANSO NUMA CAMA MACIA SEM O CHACOALHAR DO TREM, UM BANHO GOSTOSO, PARA UMA CONEXÃO COM OUTROS DESTINOS.
ALI, HELENA E CARLOS, TERIAM ALGUNS MOMENTOS PARA SE COMPLETAREM E SE DESPEDIREM ANTES DA PARTIDA.
HELENA ESTAVA COM UM VESTIDO SIMPLES, UM CINTO DOURADO E SALTOS ALTOS. SEUS CABELOS ESTAVAM SOLTOS E ESCOVADOS. SEU BATOM ERA LEVE E SUA FACE ESTAVA CORADA, POIS HAVIA APRESSADO OS PASSOS NA INTENÇÃO DE ENCONTRA-LO RAPIDAMENTE PARA APROVEITAR CADA SEGUNDO.
CARLOS USAVA ROUPAS DE VIAGEM, CONFORTÁVEIS, MAS BEM VESTIDO, COMO SEMPRE.
USAVA O PERFUME QUE ELA GOSTAVA.
-QUE DELÍCIA TER CONSEGUIDO CHEGAR EM TEMPO, ELE FALOU.
-CORRI BASTANTE. NÃO PODERIA DEIXA-LO IR SEM UM BEIJO.
CARLOS NÃO SE CONTEVE. PEGOU-A PELA CINTURA E FOI LOGO DESPINDO SUA ROUPA NA INTENÇÃO DE ENCOSTAR SUA PELE NAQUELA PELE MACIA.
ASSIM, OS DOIS PASSARAM A HORA SEGUINTE, SENTINDO SEUS CHEIROS,
ENTRE MUITOS BEIJOS, ENTRE MUITOS ABRAÇOS, ENTRE UM GOZO INTERMINÁVEL QUE JORRAVA DOS DOIS.
DEPOIS, FICARAM ABRAÇADOS POR ALGUM TEMPO, SABENDO QUE PASSARIAM UM LONGO PERÍODO, SENTINDO FALTA DAQUELE ACONCHEGO TÃO GOSTOSO.
POUCO TEMPO DEPOIS, OUVIA-SE AS CHAMADAS PARA O EMBARQUE.
CARLOS E HELENA ARRUMARAM-SE RAPIDAMENTE,
CARLOS EMBARCOU E HELENA ACENOU DE LONGE, GUARDANDO NO PEITO,
A SAUDADE QUE JÁ INCOMODAVA, E BEM BAIXINHO FALOU:
ATÉ À VOLTA, MEU AMOR.
VALENTINA FRAGA.
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