Vem correndo, ou sem desespero, mas vem. O sono que nos convém ao corpo no vai e vêm da luz incessante do cotidiano movimento celeste..........
Vejo a montanha num amanhecer sobrenatural de primavera, os campos num florir primaveril de cores a reluzir tons... a vida anunciando a morte do inverno. Ingrato inverno que apodreceu as raízes do frondoso carvalho que de século em século dava alegria em minha vida, no meu instante ilusório, na linha temporária de nosso vão materialismo. Lembranças, sempre lembranças de coisas que ficaram para trás, póstumas todas. E sei que outras ainda hão de vir, umas boas, outras porém não passarão de tormentos que terei que superar num instante seguinte. Sei que daquela montanha um dia hei de superar e o fazendo galgarei outras mais... tantas estas que perderei a conta, ou não terei tempo para contá-las. Como posso falar em tempo, se num momento passado, e não muito, pois estas entrelinhas denunciam o que digo, ousei em qualificá-lo como aquele que nada significa - o ilusório mundo. A verdade está na árvore que me sustentava por estes anos que se passaram - não mais posso observá-la de minha janela. Que outras tantas coisas o futuro poderá me reservar? Terei tempo eu de cultivar outra reluzente em meu jardim?