Enquanto te olhava,
pouco me importava o mundo à volta.
Havia em mim,
apenas a sede do beijo,
a falta do toque
e a ausência do prazer,
que me consome.
Enquanto te olhava,
desnudava-me,
desnudava-te,
e insana,
imaginava ali mesmo te amar.
Era tão pouco o espaço que nos separava,
e ao mesmo, infinito.
E o desejo, discreto,
fustigava-me o corpo,
a ponto de me molhar.
Que delícia...
Distante da realidade,
preparava-me para o ato,
que imaginava acontecer.
E ali, imóvel, olhar distante,
sentia nítido, o gosto da boca desejada,
a mão a ocupar a extensão do corpo,
o membro a possuir sem limites.
E ali, imóvel,
neste mundo, e fora dele,
te recebia, e num êxtase controlado,
sentia o calor da tua boca,
o aperto das tuas mãos
a quentura do teu gozo,
até que, meu gozo viesse,
numa explosão contida,
que no máximo fez corar,
por conta das circunstancias.
E mais uma vez te amei,
apenas em pensamento.
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