A tempestade não dava trégua.
Sob os arcos, loucos por um destino aprazível,
já não era possível esperar.
Foram segundos, minutos, horas, dias, meses,
de um acúmulo de excitação indescritível.
Toques sutis, mensagens, telefonemas,
que faziam enlouquecer de paixão.
E juntos, como um ballet sincronizado,
tocamos nossos lábios, quentes de desejos.
Entreabrimos nossas bocas,
experimentamos nossas salivas,
tocamos nossas línguas,
que logo se contorciam loucas,
com a intimidade de outras vidas.
Os vidros escuros e a chuva torrencial
providenciavam o esconderijo emergencial.
Ah...era tanto o que queríamos provar...
O embaraço natural,
nos tornava adolescentes,
apesar de sermos experientes,
fazia-nos misturar beijos a conversas outras.
E apesar da vontade insana,
apesar do desejo à tanto reprimido,
não nos restava outra saída,
a não ser nos contentarmos
com alguns possíveis carinhos.
E havia o beijo...que beijo,
que língua...que envolvia...
como se tivesse tomando o corpo todo,
me beijando inteira... e me levando
a outro mundo, a um mundo de desejo e prazer.
Seria aquele, O beijo,
e mesmo não sendo o primeiro,
aquele seria,
O primeiro beijo.
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