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Artigos-->017 – Mordomia Bandida -- 14/11/2003 - 06:37 (Carlos Alcino Valadão Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
URGENTE - Precisa-se, com urgência, de pessoa discretíssima, de preferência muda e até surda, pero no mucho; com experiência em Presídios de Segurança máxima, mínima, ou pelo menos em Centros de Detenção Provisórios; se possível com curso de “Administração de EmPresos”; bilíngüe (português e marginês); que seja fiel, safo e com bom preparo físico; bom de briga, especialização em arma de fogo e com carteira de habilitação; para trabalhar como mordomo e relações públicas. Oferece-se moradia, alimentação e condução; salários proporcionais aos serviços prestados, nunca inferior a 50 salários mínimos por mês (R$ 12.000,00), livres de impostos e taxas e sem necessidade de declaração no imposto sobre a renda. Tratar na portaria do Centro de Detenção Provisória de Osasco - SP (CDP).



Obviamente que esse anúncio é fictício e não poderia ser publicado em nenhum jornal que se preze. Nem tanto pelo seu conteúdo, mas sim pelo endereço do local de trabalho. Iria dar muito na vista, a não ser que o mascarássemos como fazem as Casas de Massagem, conhecidas antigamente como prostíbulos, quando oferecem os serviços de suas prostitutas, atualmente conhecidas como Acompanhantes.



O oferecimento de emprego pode ser ilusório, mas o fato é verdadeiro e a necessidade, real. Tivessem um serviçal gabaritado administrando as saídas e entradas de meliantes, supervisionando os bens móveis e imóveis dos “hóspedes” carcerários, conferindo pessoalmente a manutenção dos veículos de “serviço”, talvez até com a utilização de um Relógio de Ponto, e não teria acontecido a prisão de um “autônomo”, o Robson dos Santos, “Office-bar” da Diretoria do CDP, vulgarmente conhecido como Comércio Diretor de Presidiários, por um simples e totalmente evitável “problema mecânico”. É dar mole demais.Tá certo que alguns policiais são pouco inteligentes; outros, muito negligentes e alguns muitos outros, corruptos; mas tem aquela “minoria mínima” que são honestos e você sempre pode esbarrar com um destes. É difícil, muito raro, quase um milagre, mas é possível. E aí, todo o “negócio” pode ir pro brejo. Não vai para a cadeia, mas vai pro buraco. Pelo menos por algum tempo, até que a poeira abaixe, o povo esqueça e os responsáveis sejam transferidos para cargos melhores, acompanhado de pedido oficial de desculpas por julgamento precipitado, feito por uma nova, politicamente indicada, cúpula da Corregedoria, na maioria das vezes, acrescido de um considerável e reparador, aumento de vencimentos.



Além de ter evitado esse “transtorno comercial”, o mordomo ficaria responsável, também, pelos serviços internos e sociais, tais como:

Supervisão da Cantina Prisional – onde qualquer “inquilino”, assíduo ou não, poderia adquirir artigos de primeira necessidade, tipo; drogas, armas, bebidas, cigarro, mulher, passes livres de ida-e-volta, salvo-condutos, Licença-Liberdade, dentre outros;

Coordenação da “Tinturaria EmPresarial”, responsável pela lavagem e redistribuição do numerário no mercado;

Gerência do Banco de Roubos & Furtos - fiel depositário de todos os “ganhos” dos sócios da “EmPresa” Presidiária, bem como do envio seguro de valores para o exterior além, é claro, da venda de ações “ao portador” da Companhia;

Promoter (Organizador de Festas) – dirigente-comprador de cerveja, carne e complementos para os churrascos de confraternização entre os sócios (presos, diretores e funcionários do presídio), em comemoração pelo sucesso de mais um “servicinho externo”.



Às vezes, eu começo a crer, que Deus seja mesmo brasileiro, senão como iríamos descobrir este “escritório de crime” no útero da “Mãe Justiça”.

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