- Pois não! O senhor pode sentar ali, que assim que vagar uma mesa eu lhe chamo.
- Mas as mesas estão todas vagas... Até mesmo de funcionários para atender!
- É que eles estão atendendo outros clientes...
- Mas eu sou a única “viv’alma” por aqui!
- Os outros estão por aí...
- Só se forem “mort’alma”, pois não estou vendo ninguém!
- De repente eles foram dar uma volta...
- Os clientes?
- É!
- Todos eles?
- Sim!
- E levaram os atendes juntos?
- Não meu senhor! Os atendentes estão atendendo...
- Atendendo? Aonde? Só se for em algum Centro Espírita à clientes do outro mundo...
- O senhor está tumultuando os trabalhos!
- Que trabalhos? Só estou vendo você trabalhando!
- Pois então, o senhor está tumultuando o meu trabalho!
- E a senhora está tumultuando a minha vida. Ou pensa que como seus colegas invisíveis eu também não trabalho?
- Mas eles estão trabalhando.
- Só se for em um outro plano Astral, ou talvez até quem sabe, em outro planeta? Será que eles foram abduzidos?
- O senhor está fazendo galhofa.
- Não! Eu estou fazendo uma constatação... De que não tem ninguém para me atender.
- Mas eu o estou atendendo...
- Tecnicamente não!
- Então o que eu fiz até agora?
- Um convite para que eu me sente...
- Para ser atendido por um atendente em alguma daquelas mesas...
- Voltamos ao início do problema. As mesas estão presentes, ausentes estão os seus ocupantes.
- Meu senhor, eu já lhe falei diversas vezes que, os atendentes estão ocupados em outros serviços.
- Externos?
- Não meu senhor, internos!
- Só se for interno em algum colégio ou presídio. Ah! Pode ser também interno de internado, talvez em algum hospital...?
- Eu vou chamar o Gerente.
- Faça o favor.
- Pois não meu senhor, eu sou o gerente. Em que posso ajudá-lo?
- Eu quero cadastrar o meu celular.
- Infelizmente não vai ser possível.
- A Há! Eu sabia. Não tem nenhum funcionário para me atender.
- Não senhor. Mas eu poderia fazê-lo... Se soubesse
- Mas se o senhor é o Gerente devia saber de todos os procedimentos...
- E sei, todos... Menos este que é novo e foi lançado ontem pelo governo. Aliás, todos os meus funcionários estão, neste momento, recebendo as instruções para este atendimento.
- Que incompetência! Deixam tudo para a última hora.
- Não meu senhor! Nós só não poderíamos imaginar, que no Brasil, Rio de Janeiro, em pleno verão, viesse aparecer um cri-cri, para responder a uma convocação do governo na “primeira hora”.