O primeiro é aquele em que um funcionário precisa usar crachá, porque quase ninguém na empresa sabe o nome dele.
No segundo, o funcionário começa a ficar conhecido dentro da
empresa e seu sobrenome passa a ser o nome do departamento em que trabalha. Por exemplo, Heitor de contas a pagar.
No terceiro, o funcionário passa a ser conhecido fora da
empresa e o nome da empresa se transforma em sobrenome. Heitor do banco tal.
No quarto, é acrescentado um título hierárquico ao nome dele:
Heitor, diretor do banco tal.
Finalmente, no quinto, vem a distinção definitiva. Pessoas que
mal conhecem o Heitor passam a se referir a ele como "o meu amigo
Heitor, diretor do banco tal".
Esse é o momento em que uma pessoa se torna, mesmo contra sua vontade, em "amigo profissional".
Existem algumas diferenças entre um amigo que é amigo e um amigo
profissional.
Amigos que são amigos trocam sentimentos.
Amigos profissionais trocam cartões de visita.
Uma amizade dura para sempre.
Uma amizade profissional é uma relação de curto prazo e dura apenas
enquanto um estiver sendo útil ao outro.
Amigos de verdade perguntam se podem ajudar.
Amigos profissionais solicitam favores.
Amigos de verdade estão no coração.
Amigos profissionais estão em uma planilha.
É bom ter uma penca de amigos profissionais.
É isso que, hoje, chamamos networking, um círculo de relacionamentos puramente profissional. Mas é bom não confundir uma coisa com a outra.
Amigos profissionais são necessários.
Amigos de verdade, indispensáveis.
Algum dia, (e esse dia chega rápido), os únicos amigos com quem
poderemos contar serão aqueles poucos que fizemos quando amizade era coisa de amadores.
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(*) Brasília, DF, 08/10/2009. Recebido nesta data, por e-mail, de intelectual, amigo das letras e meu Chefe.