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Artigos-->024 – Desarmar para não desamar -- 14/11/2003 - 06:41 (Carlos Alcino Valadão Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há poucos dias atrás, escrevi uma crônica sobre a covardia de um Policial Militar, que por motivo torpe, e sem nenhuma necessidade, atirou contra um grupo de adolescentes universitários, que tranqüila e ingenuamente, estavam se divertindo em uma festa de confraternização, num clube na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. E tudo isto para impressionar uma mulher que estava em sua companhia e que fora retirada do recinto por ser protagonista de um desentendimento feminino.



Perguntava eu na época, ironicamente, se as autoridades não deveriam acrescentar à campanha de desarmamento civil, também a de militares, para que pudéssemos evitar (sonho meu), ou pelo menos diminuir os assassinatos ocasionados por aqueles profissionais que deveriam nos defender ao invés de nos matar.



Talvez proibindo ou coibindo o uso de armas fora do serviço, evitaria que estes covardes, transvestidos de heróis, pudessem escrever mais alguma página de horror, no Jornal de nossas vidas.



Ledo engano!



Menos de dez dias depois da primeira crônica desarmamentista eis que surge mais um “matador fardado”, que antagonizando a tudo aquilo que deveria representar e pelo qual prestou juramento, resolveu limpar a sua “desonra” matando covardemente seu superior, o sargento Everton, que teve o desplante de formalizar uma queixa contra o soldado, por transgressão de disciplina, “somente” porque este abandonara o posto de serviço ao qual fora designado.



Mesmo chegando, mais uma vez, atrasado ao serviço, o vil policial achou-se no direito de tomar satisfações com o sargento e ante a tranqüilidade do justo pelo senso do dever cumprido, não tendo como argumentar, preferiu usar o diálogo dos sem-razão e tomado pela violência dos desvairados, atirou à queima-roupa contra seu nobre opositor arrancando-lhe a vida, abrupta e prematuramente.



Seu ato inconseqüente e covarde não “apagou” somente um herói dos anais da história, mas também roubou de uma esposa seu amor; privou dois menores do carinho e ensinamentos de um Pai; dilacerou definitivamente o coração de seus genitores; calou a alegria de amigos e companheiros; exonerou um profissional eficaz de sua gloriosa missão; despojou a Polícia Militar de um representante exemplar e tolheu-nos da proteção de um fiel cumpridor da lei e da justiça.



E o povo? Este “ninguém” ou “qualquer um”; a quem tudo é prometido e nada é dado; aterroriza-se ainda mais, se é que isso ainda é possível, e acuadamente espantado, questiona: “Se os policiais estão se matando por motivos banais, imagine o que eles não poderão fazer com a gente”; “Se fosse morto por bandidos, ainda que triste seria compreensível e até mais fácil de digerir, mas por um dos seus!”; “Como pode alguém tão integro, bom pai, bom filho, ser morto por um homem que não merece nem ser chamado de homem, quanto mais de polícia?”; “Quem deixou este assassino usar a farda da PM?”.



Diante de toda esta dor, repito a pergunta da crônica anterior; “A quem devemos desarmar?” Aos civis? Concordo plenamente; Aos representantes da lei e militares, fora do Serviço? Peço urgentemente; E dentro dos próprios quartéis? Somente se fossemos mais inteligentes.



O Sargento Everton, assassinado aos 33 anos, foi mais um “cristo” morto por um Judas.

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