No verso do cartão havia um celular, pedindo que desse a resposta.

Destemida, Angélica ligou para Anísio, que atendeu com uma voz firme e grave, que lhe arrepiou a nuca.

-Olá Angélica, eu tinha certeza que ligaria...





-Olá Sr. Anísio, gostaria de agradecer pelas flores, são lindas, e sim, e aceito o convite, quem sabe para um café, aqui perto, em uma linda cafeteria que costumo frequentar.



É claro que, de cara, Anísio percebeu o medo de um encontro mais objetivo, e notou que havia receio por parte de Angélica.



-Sim Angélica, está combinado, e peço que me desculpe se fui afoito em lhe convidar para um drink.



-Não foi minha intenção Sr. Anísio. Podemos marcar para as 18:30h, quando saio daqui? Gostaria que me esperasse lá, afinal, os colegas de trabalho perceberiam sua presença e um fato como esse, nunca aconteceu, desde que trabalho aqui.



- Combinado, lhe aguardo por lá no horário combinado.



desligaram ao mesmo instante.



Anísio ficou pensando em, como aquela mulher tão atraente, não havia recebido convites antes.

De outro lado, Angélica se perguntava, como aquele homem tão charmoso me deu bola, afinal, ninguém chega assim, convidando para um drink sem maiores intenções, e se perguntava: - O que ele quer comigo?



As horas passaram mais rápido do que eles imaginavam. Anísio no escritório, reforçou a colônia pós barba, e Angélica deu um tapa na make, a fim de causar boa impressão.



O céu de São Paulo estava cinzento, e a garoa já começava a cair. Sobre a roupa decotada e as pernas de fora, Angélica lançou uma bonita capa cinza, longa, que fazia um bonito contraste com os lábios vermelhos. Ela estava na maior expectativa, porque há muito tempo não mantinha relações amorosas. Desde que se separou de Carlos, há dois anos, optou pela solidão, e era feliz daquela maneira. Gostava da sua companhia. Quando queria se distrair, combinava com outras amigas e jantavam fora ou frequentavam teatro ou cinema, nada mais que isso.

Angélica era amante de café e vez por outra gostava de comprar algumas variedades para preparar em seu apartamento, que, diga-se de passagem, era de muito bom gosto. Ela tinha um fetiche. Gostava de posar nua, diante do espelho, usando apenas as jóias que acumulava durante sua vida. Angélica havia feito escola de arte, e havia se especializado em desenho de jóias, e seu primeiro emprego foi como designer de jóias, nessa mesma joalheria, e mantinha com os donos uma relação de tanta confiança, que lhe entregaram a gerência, e a coordenação da oficina que atualmente contava com dez profissionais, onde dedicava o turno da tarde, e funcionava, dois andares acima da própria loja, tornando tudo mais fácil.

E neste exato momento, Angélica estava caminhando, para o seu primeiro encontro, com um cliente, e isso lhe causava um reboliço no estômago.



A cafeteria Parisiense ficava no centrão de Sâo Paulo, e por conta disso, recebia muitos homens no final de tarde, pra fazer negócios e jogar conversa fora, com muito estilo, é claro.



Logo que entrou, Angélica chamou atenção de alguns deles, e Anísio já lhe esperava no final do salão, bastante comprido, onde as mesas eram arrumadas de forma linear, ao longo de todo o salão em duas fileiras, e onde a luz pendia do teto, bem em cima das mesas, tornando o lugar mais escuro do que o normal. O engraçado é que Angélica, que sempre frequentou o lugar nas primeiras mesas ou apenas no balcão, quando ía comprar suas guloseimas, não havia reparado o quanto o lugar era escuro.



Logo que Anísio colocou os olhos nela, todos os seus hormônios ficaram acesos dentro dele.

O local estava aquecido, e logo que chegou à mesa, Angélica o cumprimentou e abriu bem devagar o casaco e o retirou, deixando à mostra parte de seus seios e suas lindas pernas. Anísio a olhou de cima a baixo, e sentiu seu sexo endurecer, o que lhe deixou muito perturbado, e cheio de desejo.



-Boa noite Sr. Anísio, ela o cumprimentou.

E imediatamente Anísio falou: - Por favor, apenas Anísio, e beijou a mão de Angélica, que ficou tão rubra quanto o batom, e isso seria facilmente visto, se houvesse mais luz, mas, certamente foi sentido.



E sorriram um para o outro.



E mais tarde eu conto como foi esse primeiro encontro.