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Erotico-->CONFISSÕES DE UM GAY - CAP. 22 -- 10/02/2016 - 22:16 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
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XXII

Telefonei para Fred no outro dia, convidando-o para jantar. Disse-lhe porém para escolher o restaurante. Eu pagaria a conta, desde que ele me contasse tudo sobre o relacionamento dele com João Paulo. Ele concordou, mas fez uma ressalva:
-- Acho que não vai dar para contar tudo num dia. É uma história longa demais. E você sabe, né? Sou bastante detalhista.
-- Tudo bem. Se não der, você me conta em outro dia. Mas vai ter de contar o máximo possível.
Novamente concordou. No entanto, fez questão de deixar bem claro que não passaria a noite no restaurante me contando suas aventuras amorosas. Eu, por outro lado, afirmei-lhe também não ter a intenção de retornar para casa de madrugada, pois, diferentemente dele, eu teria de trabalhar na manhã seguinte.
Ficamos de nos encontrar as vinte horas, num restaurante bastante popular cerca de cinco quadras da casa dele.
Cheguei em ponto. Ele chegou uns dez minutos depois. Não justificou o atraso e eu também não fiz questão de indagá-lo. O importante era que ele estava ali.
Talvez por se tratar duma terça-feira, o restaurante jazia vazio; aliás, havia dois casais além de nós. Fred, por experiência, procurou uma mesa num dos cantos, o mais afastado possível daquelas pessoas.
Um garçom imediatamente nos apresentou o menu.
-- É melhor a gente pedir antes. Eles costumam demorar a preparar as coisas. Você tem alguma preferência? -- perguntou-me com aquele jeito alegre e jovial, bastante comum nos homossexuais, principalmente nos passivos, os quais têm muita feminilidade..
-- Não – respondi. -- Pelo jeito você vem com frequência aqui. Portanto, deve saber quais são os melhores pratos. Deixo por sua conta.
Fred fez sinal para o garçom, já que não fora educado o bastante para nos aguardar ali até que escolhêssemos o prato.
Além da especialidade da casa, pediu um suco de laranja para si e uma coca cola de 600 ml para mim.
-- Se ainda não estivesse tomando medicamentos, pediria uma garrafa de vinho. Eles têm um vinho tinto maravilhoso aqui. Mas deixa para uma outra oportunidade. Você gosta de vinho?
-- Com certeza! Bebo com frequência – respondi. Embora não bebesse com a frequência que eu quis fazê-lo acreditar, eu tinha sim o costume de tomar uma taça de vinho de vez em quando, principalmente ao ir a um restaurante ou barzinho, até porque eu preferia o vinho à cerveja.
Por alguns minutos falamos de nossos gostos alimentares. Descobri que Fred apreciava bebidas leves, mas odiava cachaça e Wisky. Confessei-lhe que, apesar de não beber com regularidade, gostava sim de uma cachacinha ou um Wisky com gelo, desde que fosse uma dose pequena.
Súbito, insisti:
-- Mas e aí? Ontem te perguntei como você descobriu que João Paulo era um sádico e você disse que me contaria depois. Como foi? -- perguntei num tom de voz baixo, temendo que alguns dos poucos clientes ou funcionários do restaurante nos ouvissem. Não queria lhe criar constrangimento, uma vez que ele era cliente daquele estabelecimento.
-- Já chego lá. Antes, deixa eu te falar o que ele fez na segunda vez em que transamos. Isso vai te ajudar a entender melhor. A gente tinha ido a um motel novamente. E tínhamos acabado de transar. Só que, pra variar, eu ainda não tinha gozado. Ele tinha me pegado por trás e, acho que a vontade era grande demais, acabou gozando logo. Não me importei, porque não era a primeira vez que isso acontecia. Lembro-me de tê-lo abraçado e dito: Te quero de novo, quero ele todinho dentro de mim. Ainda não gozei. E ele é tão gostoso indo e vindo em mim. Falei essas palavras beijando-o carinhosamente. Claro que empolguei com o instante, mas quando somos tomados pelo desejo, dizemos exatamente aquilo que nos dá mais prazer e que acreditamos que causará prazer no outro também. Para dizer a verdade, no calor do momento, a gente diz as coisas sem pensar.
-- É verdade! É o momento onde estamos mais vulneráveis e onde dizemos e fazemos coisas das quais nos arrependemos pouco depois. Sei que não é fácil, mas procuro nessas horas manter o controle da situação para cometer esse tipo de erro – acrescentei. Embora nem sempre fosse possível, de fato eu fazia um esforço para me policiar nessas horas, mesmo que isso me custasse um pouco de prazer.
-- Enfim. Isso deve ter lhe despertado os instintos sádicos, pois o pau dele, que estava ficando mole, voltou a crescer. Ele já tinha até tirado a camisinha. Ele me abraçou com força, me deu uma mordida nos lábios e em seguida sussurrou: Então você gosta dele enterrado nesse seu rabinho gostoso? Eu menei a cabeça assertivamente. Por que negar? Eu gostava mesmo! Súbito, ele deu uma palmada numa das minhas nádegas e disse: Meu bichinha gostoso! Uma bunda gostosa como a sua eu fodo quantas vezes você desejar. No calor do momento e contagiado por aqueles elogios, disse-lhe para vir para cima de mim e me foder até eu gozar. E ele veio. Botou outra camisinha e me penetrou e me abraçou fortemente enquanto seus quadris subiam e desciam na minha bunda, enterrando todo aquela vara em mim. Embora estivesse muito excitado e compenetrado em chegar ao gozo, pude sentir que ele não só me apertava com força entre seus braços, como me possuía com excesso de violência. Ele atirava os quadris nas minhas nádegas com brutalidade, como se estivesse com raiva. Não que isso estivesse me machucando. Pelo contrário: eu estava gostando e sentindo muito prazer. Quando a brutalidade é moderada, é uma fonte de prazer. De repente, eu comecei a gemer. Então, senti as primeiras palmadas na parte de baixo da nádega esquerda. Isso não me impediu de ter um orgasmo. E não tenho dúvida de que foi o que apressou o dele. Assim que gozei, ele gozou novamente.
-- Mas uns tapinhas não é sinal de sadismo – retruquei. -- Muitos homens gostam de fazer isso durante o ato sexual e nem por isso são taxados com sádico. Tem muita mulher que só chega ao orgasmo quando leva uns tapinhas.
Eu mesmo cheguei a fazer isso duas ou três vezes, não por livre e espontânea vontade, mas para satisfazer um pedido da parceria. Tenho cá comigo que uma parte considerável das mulheres tem um quê de masoquista. Talvez no fundo quase todas sejam, mas suas convicções morais não lhes permitem admitir tal coisa.
-- Concordo. Só que ele já tinha feito isso da primeira vez em que transamos. Agora de novo. E te confesso que a gente não tinha intimidade suficiente para que ele fizesse isso. Se a gente já estivesse alguns meses juntos, eu até entenderia. Mas a gente mal se conhecia. E o que aconteceu depois, não me deixou mais dúvida.
Nisso o garçom se aproximou perguntando se queríamos mais alguma bebida. Negativamente dissemos que esperaríamos pelo prato para pedir mais alguma coisa.
-- O que ele fez? -- perguntei quando o garçom se afastou.
-- Foi na terceira vez em que transamos. Isso foi uma semana... Não. Seis dias depois. Era uma sexta-feira. Minha mãe tinha viajado para São Paulo e eu levei ele até lá em casa. Ficamos conversando e assistindo TV. Pedi uma pizza e comemos. Voltamos à sala e eu fechei a cortina da janela. Deitamos os dois no sofá. Ele me abraçou e eu fiquei nos braços dele enquanto víamos um filme. De repente eu senti ele roçando na minha bunda. Eu estava de shorts e ele de bermuda. Gostei da brincadeira e empurrei a bunda nos quadris dele. Animado com aquilo, ele levou a mão até o meu shorts e foi empurrando ele para baixo. Não perdi tempo e eu mesmo ajudei-o a tirá-lo. Aí foi minha vez de abrir a bermuda dele e empurrar ela para baixo. Nus dos quadris para baixo, ele tentou me penetrar ali, sem camisinha sem nada. Mas eu não deixei. Saí do sofá, ajoelhei no chão, peguei o pau dele e comecei a chupá-lo. Vi que isso lhe causava imenso prazer. Ainda mais que em dado momento ele disse: Você gosta de chupar ele, não é meu bichinha gostoso? Ele gostava de me chamar de “bichinha gostoso”, de uma forma carinhosa, é claro! Com aquele pau duro todo na minha boca assenti. Então ele disse: Chupa! Chupa mais!
O casal na mesa mais próxima já não estava mais ali, o que nos deu uma maior liberdade. Já não era preciso falar baixinho e ficar vez ou outra olhando para os lados a fim de ter certeza de não estarem ouvindo nossa conversa.
-- Cara! Quem olha pra você não imagina que você é capaz de tudo isso. Te juro! Às vezes, eu penso que você, no fundo, inventa a maior parte disso. A maioria das mulheres não é capaz de fazer a metade do que você faz. E olha que elas são mulheres, o que quer dizer que é mais natural para elas do que um homem fazer essas coisas. Pelo menos é o que eu imagino.
-- E qual a diferença? Se a pessoa gosta pra valer duma pica, não importa se é homem ou mulher. Vai gostar de chupá-la também, de sentir o leite derramar na boca. Claro que algumas mulheres e até alguns gays também não gostam, porque acham isso nojento. Vai de cada um. Mas pra mim não é nojento porra nenhuma! É uma delícia chupar um pau bem duro, com aquela cabeça brilhando e aquele melzinho escorrendo. Aí! Como é gostoso!
-- Bom. Gosto não de discute. Mas e aí? Continua.
-- Ah, sim! Ele me disse que ia enfiar ele na minha boca de outro jeito. Mandou eu deitar no sofá. Ele sentou em cima de mim e, apoiando-se com a mão no apoiador, curvou-se para frente e enfiou aquela coisa deliciosa nela. Eu danei a chupar. Aí ele começou a se mexer como se estivesse fodendo a minha boca. Mexia os quadris e o pau dele ia e vinha, como se estivesse no meu cu. Como ela era grande, vez ou outra ia até a minha garganta. E olha que ele nem enfiava ela toda. Enfim… Até pensei que ele continuaria até gozar. Já estava me preparando para me deliciar com a porra dele. Depois de um tempo ele parou, tirou o pau e ficou batendo na minha cara com ele. Nisso ele perguntou: você já levou uma surra de pica, meu bichinha gostoso? Não, respondi. Então agora você vai levar uma, pra aprender que você é meu e que essa bundinha gostosa só vai receber a minha porra. E ele batia a pica com força no meu rosto,principalmente nas bochechas..
-- Então você levou uma surra de pica do seu novo namorado? -- perguntei, rindo da cara dele.
Fred sem demonstrar timidez, respondeu:
-- Levei. E outras tantas que depois você ficará sabendo.
-- E depois da surra?
Nisso, uma garçonete se aproximou e ajeitou uma mesinha ao lado da nossa para pôr o prato. Logo atrás, veio um garçom, um senhor de quarenta e poucos anos, com parte do nosso pedido. Interrompemos a conversa por alguns minutos até que nos servissem e nos deixassem às sós.
Ao experimentar, tive de admitir que o prato realmente era muito gostoso.
-- Por isso eu venho aqui pelo menos uma vez por mês. Esse prato é maravilhoso – disse-me Fred.
-- Mas e aí? Prossiga – insisti.
-- Ele parou, virou para trás e pegou no meu pau, que também estava excitado. Puxou a cabeça para fora, moveu ele para lá e para cá dizendo: Se tu fosse homem, não ia fazer muito sucesso com as mulheres. É curto, fino e meio torto. Imagine. Eu nunca achei meu pau curto e fino. Torto eu sei que ele é, mas só dá pra notar quando fica duro. Mas eu sei que muitos homens têm o pau torto e nem por isso deixam de ser homens. Eu mesmo já cheguei a sair com alguns. Saí com um cara que tinha o pau mais torto que o meu. Quanto a ele ser fino eu discordo. Claro que eu não tenho um pau como era o do Marco Aurélio, do próprio João Paulo ou de um ou outro homem que transei, mas não era tão fino quanto o do Willian. Comprido eu sabia que não era, mas e daí? Tamanho não é documento. Embora para um gay isso pode sim fazer alguma diferença, já que para o cu, quanto mais volumoso o que enfiamos nele, mais é a pressão sobre a próstata e maior o prazer.
-- Pelo que vi na sua casa, não me parece realmente ser uma coisinha tão pequena e fina assim. Claro que, quando você me mostrou teu pau, ele estava mole. Não sei como seria duro. Mas não me pareceu tão diferente do meu – comentei. De fato, tirando um detalhe aqui, outro ali, não havia mesmo muita diferença. Realmente, excitados tendem a expor os detalhes, o que acaba tornando-os mais diferentes.
-- Qualquer dia desses a gente faz uma comparação – deixou escapar Fred. Súbito porém, ao se aperceber de que talvez me tivesse feito uma proposta que parecia carregar consigo bem mais do que realmente ele tencionava, seu rosto adquiriu um tom avermelhado e ele silenciou-se por alguns instantes.
Notei-o numa situação embaraçosa, embora não visse motivos para tanto. Pelo contrário, me seria prazeroso não só lhe mostrar o meu falo excitado como também ver como era o dele. Por isso acabei dizendo:
-- Faremos sim. Vai ser até engraçado. – Dei-lhe um soroso.
-- Mas e o sadismo nisso?
-- Calma! Já vou chegar lá – disse Fred. -- Garçom, por favor! -- chamou, levantando a mão e acenando para o rapaz mais próximo. Talvez por falta do que fazer, a maioria dos garçons estava na porta do restaurante jogando conversa fora. -- Mais um suco. Isso começou logo depois -- continuou. -- Ele soltou o meu pau e agarrou meu saco. Disse que, pelo menos, era bonito. Aí fechou a mão, apertando os meus testículos. Apertou com força. Eu disse que estava doendo. Aí ele perguntou: você não sente prazer, se eu apertar eles assim? Não, não assim, respondi. Pois eu sinto prazer em apertar e saber que está doendo um pouco, obviamente, sem machucar. Isso me excita, sabia?, falou. E, antes de soltá-los, apertou mais um pouco.
-- Então o filho da puta confessou?
-- Foi. Mas não dei muita importância a isso na hora. Até porque ele virou para frente novamente, foi escorregando até se deitar sobre mim. Eu abri as pernas e ele ficou no meio delas. Nos beijamos e trocamos mais algumas carícias. De repente, ele perguntou: Você já transou alguma vez assim, de frente? Já! Várias, respondi. Então ele disse que ia me penetrar assim. E a gente poderia ter transado ali mesmo, mas sugeri que fossemos para o meu quarto e transássemos na minha cama porque alguém poderia ver. Ele concordou e fomos para o meu quarto. Resumindo: Ele me penetrou como Marco Aurélio me penetrara da primeira vez. E apesar dele não ser o Marco Aurélio, a imagem do meu ex-professor me veio à lembrança. Mas em seguida afastei-a e me concentrei nas sensações que o João Paulo me fazia sentir. Não demorou até o prazer ficar tão intenso que o gozo foi inevitável. Ainda mais que, vendo que eu estava para gozar, passou a me penetrar com violência e a dizer: É assim que tu gosta ,não é, meu bichinha gostoso? Iiiissooo... Mais..., Me enlouqueça de prazer, pedi. Eu só não era atirado contra a cabeceira da cama porque seus braços, sobre os quais ele se apoiava, seguravam meus ombros e os impedia de ir para frente. Quando ele viu que eu ia gozar, soltou uma das mãos e começou a me dar bofetadas no rosto, ora de um lado ora do outro. Não eram fortes e não chegavam a doer, mas não há dúvida de que ele fazia isso para o seu próprio deleite. E então eu gozei. Ele parou de me bater e olhou para baixo, para me ver ejacular. Acho que ele não estava acreditando que eu pudesse gozar sem que o meu pau fosse estimulado, embora eu já tivesse feito isso antes. Não sei se isso teve alguma influência sobre ele, além da admiração é claro!, mas ele gozou novamente pouco depois. Lembro-me, ao final do gozo, de vê-lo tombar sua cabeça ao lado da minha e dizer: Que loucura é essa? Nunca senti tanto prazer. Essas palavras acabaram por selar o meu amor por ele. Eu não tinha mais dúvidas de que o queria para sempre.
-- O filho da puta te enche a cara de tabefe, te arregaça o cu e por causa disso você se apaixona por ele? Porra, Fred! Você se agiu como mulher de malandro. Condeno tanto as mulheres que se sujeitam e se rebaixam a esse ponto por amor; e você, de certa forma um homem, pelo menos tem uma pica no meio das pernas, vai e faz o mesmo? Imagino o que você não deve ter se sujeitado enquanto esteve com ele.
Assim como ocorrera quando ele me contou sobre o seu envolvimento com o professor de Matemática, fui tomado por uma revolta momentânea e uma raiva sem explicação. Por pouco não xinguei Fred para valer. Todavia, o bom senso falou mais alto e eu pude me conter. Lembro-me de dar duas ou três garfadas como se devorasse enraivecido o jantar.
-- Quando nos apaixonamos por uma pessoa, sujeitamos a tantas coisas que no fundo não nos humilha ou não nos parece um sacrifício tão grande assim, pois o fato de estarmos com a pessoa amada acaba compensando, já que se não fosse assim não a teríamos. E você sabe: para um amante, nada mais caro do que a perda do objeto de seu amor, mesmo sabendo que nenhum amor dura para sempre. Mas a gente pensa que o nosso será diferente. Doce Ilusão. E mesmo que não acabe, o tempo o encarrega de dar-lhe alguma razão, mesmo que pouca. Quando a dor, a humilhação e a vergonha não nos levam a fazer questionamentos, aceitamos passivamente isso, mas se começamos a questionar tudo isso pode ter certeza que o amor não resistirá e o relacionamento muito menos. Foi o que aconteceu. Um dia eu me dei conta de que, se continuasse, seria anulado por completo e viveria para sempre como um brinquedinho nas mãos do João Paulo. Ele dizia me amar, mas no fundo não creio que tenha me amado de verdade. Não era a mesma coisa que ocorria com o Marco Aurélio. Talvez amasse o prazer que seus atos sádicos lhe causava.
-- Então as coisas foram se tornando cada vez mais graves?
-- Foi.
-- Na outra semana, quando transamos novamente no motel. Ele me fez ficar de quatro enquanto me fodia por trás. Lembro dele me puxar pelos cabelos, pouco antes de gozar, e perguntar: você gosta de ser fodido assim também, meu bichinha gostoso? Ele puxava meu cabelo com força e estava doendo um pouco. Mas eu não reclamei. Apenas disse que gostava. E na hora de gozar, mordeu-me o pescoço como o Marco Aurélio fizera mais de uma vez. Não chegou a sangrar, mas ficou uma marca. Tive de usar uma camisa de manga para escondê-la por vários dias. Depois da transa, reclamei com ele, dizendo que não tinha gostado do que fizera comigo. Mostrei-lhe a marca e disse: o que as pessoas vão pensar quando ver isso? E minha mãe? Vou morrer de vergonha. Ele me pediu desculpas e disse que não faria mais aquilo, mas obviamente não cumpriu a promessa.
O garçom aproximou-se e perguntou se queríamos que ele servisse mais.
-- Mais um pouquinho por favor.
-- Para mim um pouco também. Põe só uma colherzinha de arroz – disse Fred, após o garçom me servir.
-- Não entendo muito de sadismo, mas sei que quem gosta faz cada coisa cabeluda. Por isso estou curioso para saber o que mais esse tal de João Paulo fez contigo. Pois se ele conseguiu acabar com o teu amor por ele, é porque a coisa deve ter ido longe demais – conjecturei.
Embora o sadismo estivesse em voga nos últimos tempos, principalmente depois da publicação de 50 tons de cinza, uma obra que não fiz questão de ler, eu realmente não sabia muita coisa sobre as práticas de sadomasoquismo. Buscar prazer na dor alheia não faz parte das minhas práticas. Pelo contrário: eu as condeno, mesmo sabendo que no reino animal isso é bastante comum. Para mim, o ato sexual deve ser pautado na delicadeza, na carícia e busca das sensações prazerosas. A dor, seja ela qual for, não me parece, sob circunstâncias alguma, fonte de prazer. Sadomasoquismo, na realidade, me afigura como uma degeneração do ser humano, algo que é praticado por pessoas que não são completamente normais. Mas sei que muita gente gosta e pratica, sem que essas mesmas pessoas sejam tachadas de degeneradas. Talvez seja eu que sou um tanto quadrado.
-- Foi sim.
-- E o que ele fez? -- perguntei.
Fred ergueu a cabeça, olhou-me por alguns instantes e deixou escapar um tímido sorriso. Não me foi difícil perceber que havia algo muito cabeludo a ser revelado.


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