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Cronicas-->sonhos 001 -- 30/06/2017 - 23:24 (Helio Simões Borgoni) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Desde criança sonho estar voando. Naquele tempo era comum as casas terem cercas de madeira. Eu me via flutuando e para pegar impulso batia com as mãos ou os pés nas cercas, então pegava um pouco mais de velocidade. Voava em torno de 50 cm do chão. Minha preocupação era desviar dos postes nas calçadas as pessoas não se preocupavam comigo. Nunca vi ninguém voando. Era só eu. Sempre no mesmo trecho. Sempre pela calçada. O local era conhecido. Tomava um impulso, me jogava pra frente e já ia flutuando. Era como um passo apressado. Mas nunca cheguei ao destino. Acordava antes.

Nunca comentei com ninguém.  Durante toda a minha vida, pelo menos uma vez a cada dois meses sonho estar voando. Só que não mais um trecho na mesma altura. Como exemplos, me vejo em uma escadaria larga comprida, me atiro e desço flutuando pouco acima dos degraus... As vezes tenho plateia aguardando o que vai acontecer...então me concentro e tenho fé que irei flutuar, lá vou eu, flutuando e descendo aos poucos até chegar no piso em que me concentrei. Ao chegar jogo o corpo para o alto e aterrisso de pé... sempre saio andando. Ultimamente meus sonhos são diferentes estão ficando mais perigosos e agora já tenho medo de não conseguir. Um que me lembro, estou apoiado numa marquise estreita em um paredão muito alto. Lá embaixo tem casas simples um bairro muito pobre, alguns obstáculos muitos postes latas lixo paredes sem reboque telhados faltando telhas. Mas tenho que voar. Não existe outra saída. Estou no meio de um paredão com uns dez metros acima da minha cabeça e uns vinte metros do chão. Não posso esperar ajuda, pois sinto meus pés escorregando milímetros, mas pouco a pouco seu que não conseguirei esperar muito. Tanto o paredão como a marquise está úmido onde piso tem limbo e sinto cheiro da umidade. Meu dilema é não posso escorregar sem estar preparado para voar. Mas para voar preciso ter fé no sucesso e a iniciativa terá de ser minha. Não posso esperar voar se cair. Não consigo nem olhar para os lados e muito menos para cima. Não tem onde me agarrar. Vou escorregar e cair. Mas sem ter outra saída, Me concentro. Olho para as pessoas lá embaixo e alguns já começam a me ver. Sei que se por algum motivo eu duvidar, cairei como uma pedra. Evito esse pensamento e me concentro que conseguirei e antes que meus pés escorreguem mais me atiro no espaço. Tenho que calcular onde descerei. Tudo tem que partir de mim. Então flutuo até sinto o vento nas orelhas. Minhas roupas se abrem ajudando para amenizar a descida... e por fim estou chegando na calçada de barro...acordo e passo horas pensando no sonho...

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