Havia muito tempo, que não nos víamos, da forma que gostávamos de nos ver, quase por dentro, com muita intimidade.
O desejo roía-nos a alma. Decidimos almoçar, isso mesmo, apenas almoçar. Muito pouco na verdade, pra quem gostava mesmo de se comer.
Resolvemos visitar Santa Teresa, patrimônio histórico e cultural da Cidade do Rio de Janeiro. Bem perto dali, nos Arcos da Lapa, foi o nosso primeiro beijo. Ainda não sei, porque não sou muito boa de memória, mas o melhor beijo que já beijei.
Subimos pra ST, na intenção de passear nas paineiras. Sei lá, uma coisa tão doida, pra quem na verdade, queria mesmo era embolar numa cama qualquer.
A vontade era de tocar, de subir no pescoço, de beijar até não poder mais. Vimos no entanto que a estrada para o local era muito calma, até demais, e num impulso, resolvemos descer, e almoçar no larguinho. Paramos o carro, e descemos na intenção de procurar um restaurante, e logo, vimos uma lojinha cheia de quadros, e como ele sabia que gostava de pintar paramos por ali pra apreciar as obras. O ateliê tinha um cheiro ruim de urina de gato e tudo era muito sujo, apesar da beleza das telas. Nada ornava naquele lugar. Saímos rapidinho. Seguimos à rua e paramos no Marcô, no Largo dos Guimarães, um restaurante simples, simpático e bem carinha de interior. Resolvemos parar por ali pra almoçar. Mas que nada. Pelo menos eu, não pensava em momento nenhum em comer. Pensava mesmo em almoçar aquele homem que estava à minha frente. Tínhamos nos prometido, que nada mais haveria entre nós. Minha fome tinha desaparecido, e eu, só conseguia olhar pra ele, deixando-o com certeza, muito constrangido. E disse assim, sabe o que eu queria mesmo? e ele perguntou? o que? e eu disse: - Quero um beijo... E ele: Agora? Aqui? E eu: Não, vamos para o carro. Estava com um vestido preto de bolinhas minusculas brancas, estilo Merilyn Monroe, e ele tocou meu rosto, meu colo, meus seios, e nos beijamos apaixonadamente por alguns minutos, e então, nos demos conta que meu tempo de almoço já havia acabado, e que mesmo que quiséssemos não poderíamos ir à lugar algum. E assim acabou nosso encontro, maravilhoso, inesquecível, e marcamos uma outra data para então nos entregarmos de uma forma mais completa, a que realmente gostávamos. |
