Retirei os adornos, pra que em tua caminhada, não houvesse empecilhos.
Sabia mais que sempre,
que haverías de escalar, de mergulhar, de invadir, cada centímetro, cada milímetro,
cada parte desconhecida, além de reconhecer, reencontrar, cada lugar já sabido.
Na essência, já eras parte do todo,
que conhecias tão bem.
Era só questão de voltar, de tornar a se embrenhar na densa mata,
não para procurar algum vestígio de tua estada, mas,
simplesmente, para deixar novamente a tua marca nesse meu território que é tão teu.
Deixo-me enlaçar por tuas amarras, deixo-me prender em tuas teias,
saboreando lentamente o tempo que estás em mim.
E quando partires, deixarás teu cheiro, teu gosto, e uma parte tua,
que guardarei, sendo por algum tempo, um bem precioso,
para que me lembre, que me despi de adornos para te receber.
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