NATAL NAS PONTES
Aos amigos de infância das pontes
de Germano, Sto Antonio, Copacabana...
Sob um céu de Jade,
Nos olhares, quanta alegria!
Escondendo a dor, a melancolia...
Chegava o natal nas palafitas,
Com estrelas hidráulicas
Sustentando as pontes
Que balançavam aulicamente
Nas asas do vento...
Correndo pelas pontes
Jesus menino sangrava,
De tamancos rachados
Fugindo da leptospirose!
Luas azuladas,
Espiavam dos telhados ao tempo:
Nenhuma árvore de natal, nenhum presépio,
Nenhum papai Noel e muitos desejos.
A noite era o olhar, o dia nascia,
nem ao menos um presente, um brinquedo,
mais um natal que chegava sem enredos!
O natal nos alagados,
Nascia banguelo sobre os caibros.
Pela manhã, o sol chegava, disfarçava,
e lacrimejando se jogava das pontes,
submergindo nas poças da maré lentamente...
Valei-o menino Jesus! Comida para baiacus,
Presente para crianças inocentes!
Oh! Jesus menino,
Livrai da tentação
Os vossos pequeninos!
Nhca
Dez/01
|