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Poesias-->A ESFÉRICA LINHA DA VIDA -- 25/12/2001 - 15:39 (Glaucia M. Cunha) |
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A esférica linha da vida
Naquele janeiro, entro na bolha do tempo e espaço,
Irrompo no universo, saio da eternidade, do infinito do nada absoluto,
no sublime momento da concepção, me faço ovo,
dá-se o ponto inicial da esférica linha da vida.
Em agosto, mais um ponto é acrescido na feitura da linha,
saio do útero quente e protetor, minúscula, pequenininha,
vejo a luz, sinto-me desprotegida, desato a chorar.
Neste universo, muitos pontos demarcados, muitos a demarcar,
crescimento, escolaridade, novos conhecimentos, novas aquisições,
adolescência, consciência do eu e do outro, do masculino e do feminino,
seguranças e inseguranças, análise e escolha dentre as profissões,
trabalho, realização profissional e, vai-se fazendo de pontos, a linha.
Aparece a consciência do amor homem e mulher,
nasce a procura pelo oposto, o sentimento de solidão,
ações no sentido de alcançar o outro, expectativa de união.
Trabalho, procura de realização profissional,
e a linha, vai se construindo de pontos.
Casamento, descoberta de incompatibilidades, separação,
mas a importância desse ponto se ressalta pelo nascimento
do filho querido, fruto desse momento.
Novas procuras, formação de juízos, caminhos que se bifurcam, opção,
encontro de obstáculos, alargamento de horizontes, de limites, transposição,
e vai-se construindo de pontos, a minha esférica linha.
A busca do amor, imperioso continuar, impossível desistir,
pela consciência de ser ele, o amor, a essência do existir.
Ponto alto da linha! Nos cruzamos, nos enxergamos,
Faz-se a intersecção do meu, com o seu caminho,
da minha linha, com sua linha,
da minha vida, com sua vida,
nasce a admiração, acontece a cumplicidade, aparece o tesão,
a inevitável necessidade de fusão de corpos, de penetração de eus.
A razão compreende e aceita, o corpo pede, a alma quer,
se fortalece a consciência do amor despontado.
A vida se reveste de emoções e sonhos, de objetivos a conquistar.
A linha está construída até aqui.
O seu total não há como prever,
o número de pontos a se fazer,
não da para, com precisão, antever,
até o momento do ponto final,
de deixar a bolha do tempo e espaço,
momento em que início e fim se encontram
exatamente no mesmo ponto,
eternidade, infinito, nada absoluto.
GCunha
25/12/2001
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