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Artigos-->UNIVERSIDADE PÚBLICA OU PRIVADA. -- 19/11/2003 - 05:56 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ensino Superior



UNIVERSIDADE PÚBLICA OU PRIVADA



Welington Almeida Pinto



O último Censo da Educação Superior, divulgado em outubro último, mostra um número que está preocupando, e muito, a grande maioria da família brasileira que sonha dar aos filhos um curso superior. O documento aponta que 88% das universidades brasileiras são privadas, onde estudam sete em cada dez universitários do país.

Isso quer dizer que as vagas nas universidades públicas não crescem na mesma proporção do número de habitantes no país. Resultado: no Brasil, fazer um bom curso de graça fica cada dia mais difícil para os menos afortunados, até porque para entrar numa universidade pública é preciso que o aluno esteja bem capacitado, isto é, ter cursado escolas e cursinhos de primeira linha. Uma verdadeira apartação social. Os testes de uma Federal comprovam esta tese.

Por outro lado, as universidades particulares não param de crescer e ampliar ofertas de vagas nos seus estabelecimentos de ensino, ocupadas principalmente pela grande maioria da classe média que vê no ensino superior a única chance do filho ter acesso a uma boa colocação no mercado de trabalho, investindo o que tem e o que não tem na sua formação acadêmica.

De fato. O processo de expansão do ensino privado no Brasil está a todo vapor, mesmo em um país com a economia cheia de riscos. No decorrer de trinta anos, assistimos avanços meteóricos entre dezenas de empresas do setor educacional. Grupos que iniciaram timidamente suas atividades, hoje são fortes redes dominando os três ciclos do ensino brasileiro, instalados em majestosas sedes por todo o Brasil.



UNIVERSIDADE PARTICULAR



Diante desse quadro, a classe média tem de ser criativa e prevenida, tomando algumas providências cautelares para garantir ao herdeiro uma vaga na universidade particular. Uma das alternativas é abrir uma poupança regular logo que o filho nasça. Outra opção é fazer com que o jovem arranje um emprego ou um estágio remunerado durante o curso. Mas isso poderia comprometer os estudos, o que certamente irá prejudicar seu desempenho profissional.

Mais uma saída: crédito educativo. O financiamento é atrativo, mas difícil de ser aprovado para classe média. Por fim, bolsa total ou parcial. Mais difícil ainda. Incrível!... As escolas costumam até exigir atestado de pobreza.

Sobra então a idéia de juntar dinheiro por muitos anos para custear a faculdade dos filhos. Talvez, a fórmula ideal. Pelo menos leva o brasileiro a pensar no futuro, poupando.

As contas são matematicamente fáceis de visualizar. Para um filho recém-nascido, abrir logo uma caderneta de poupança e depositar mensalmente 70 reais até que ele entre numa Faculdade (média de 20 anos). Se tudo continuar como dantes no quartel de Abrantes, os valores poderão garantir por quatro anos uma mensalidade escolar de 500 reais. Se o filho tiver 5 anos, poupe 120 por mês; 10 anos, 200 reais. E assim por diante, quanto mais cedo começar, melhor. Se passar numa escola pública, o dinheiro ficará para outros planos.

ENTRE O PREÇO E O BENEFÍCIO



Em minha casa sempre acreditamos que vagas na Federal estavam reservadas para nossos filhos, em qualquer época. Ledo engano. Hoje, para manter uma filha na Faculdade de Fisioterapia pagamos cerca mil reais por mês, o que equivale ao preço de um carro popular por ano. E tem mais: transportes, livros, cópias xerografas, et cétera e tal.

Crédito educativo!?... Amargamos uma fila há mais de um ano, sem resultado. Bolsa parcial!?... Somente se minha micro-empresa fechar as portas, com baixa comprovada ou, minha esposa, que é professora primária, for exonerada do serviço público.

Custo benefício!?... Curioso é que se uma jovem recém-formada em Fisioterapia sair à procura de emprego terá surpresas desagradáveis, encontrando um mercado tímido até nos grandes centros. Se achar uma vaga, poderá receber mais ou menos 500 reais de salário mensal, por um curso que pagou mais de mil todo mês.



MUDAR É DIFÍCIL, MAS COMPENSA.



Não seria hora de transformar as universidades públicas em fundações, cobrando de quem pode pagar?

O assunto é velho. Há mais de 40 anos o político José Maria Alkimin defendia a mudança. O atual Ministro da Educação, Cristovam Buarque, não esconde o jogo e garante ser contra a universidade gratuita: - “Serve para a elite ficar mais rica com o diploma”. Ótimo. A implantação do sistema pode acabar com os orçamentos apertados das escolas públicas que limitam o número de vagas e comprometem a qualidade de ensino.

A preocupação do Ministério da Educação é ter recursos para ampliar o acesso de jovens com menor poder aquisitivo aos cursos universitários até 2007. Estudos recentes prometem elevar de 60 mil para 400 mil o número de alunos matriculados na rede pública de ensino superior à distância. O Secretário Nacional de Ensino à Distância, João Carlos Teatini, diz que o decreto, com a nova regulamentação dessa modalidade de ensino, será publicado até o fim do ano. Para ele representa um avanço e corrige uma falha antiga, pois “a educação à distância está pelo menos 30 anos atrasada no Brasil. O mundo usa a educação à distância nos níveis superior e básico há mais de três décadas. A Universidade Aberta Indira Gandhi, na Índia, tem 1,5 milhão de alunos no ensino superior à distância”.

A idéia é tão boa que especialistas das universidades particulares poderiam apostar nas inovações disponíveis na informática e implantar um sistema parecido, que deve baixar de forma surpreendente o custo-aula por aluno, sem prejudicar a aprendizagem - a Itautec lançou recentemente um programa de computador especialmente criado para escolas, prometendo interagir com eficiência professores e alunos.

É claro que o ideal seria implantar um projeto misto de ensino que combine tradição e modernidade, utilizando também a Internet como meio de transmissão à distância. Não tem ferramenta mais adequada, possibilita ao estudante acessar de casa um site fechado com aulas virtuais pelo menos duas ou mais vezes por semana, em qualquer horário.

A capacitação acadêmica é cada dia mais importante na vida de um jovem que sonha com um futuro promissor no Brasil ou, em qualquer parte do mundo. É isso: o conhecimento dá alegria ao homem, certifica inclusão social e redistribui riquezas.





* Welington Almeida Pinto é escritor. Coordenador do Projeto Leia Brasil e autor, entre outros livros, Santos-Dumont, no Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil. Site: www.welingtonpinto.kit.net. E-mail:welingtonpinto@globo.com

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