Instantes triturados por uma tecnologia que agiliza informações e descarta a intensidade das emoções enraizadas. Navios ao mar, lentos ao longe de uma visão ancorada em algum cais na esperança de alcançá-los. Ilusão ao sentir o vai e vem das ondas na fúria dos ventos a entregar a brisa ao cais onde náufragos pedem clemência pois há uma razão para viver. Na cidade, é veloz arrastando multidões de tantas contradições que sequer não sobra tempo ao tempo de espera. Velocidade ao cair nas graças da fúria dos ventos, não permite refazer posto que feito está e imparcial se apresenta. Luzes ao palco desmontado só pela ideia da velocidade não ter tido tempo de assistir ao grande espetáculo da vida. Ela saiu de cena e não precisa ser veloz porque se refaz a cada pulsar no compasso inerente da respiração que esgota todas as belezas e formas de vida, para enfim recepcionar a dama da partida ao eterno.