Corria-me no corpo inteiro, um calor intenso, quando ia te encontrar.
Chegava o dia, a hora, o minuto, o segundo. e você estava lá, no mesmo lugar.
Você entrava no carro, e me olhava com um olhar safado, de que estava fazendo travessura. Quase nada falávamos, a não ser, do afobamento e do coração com taquicardia.
Nosso canto era próximo, a um quarteirão. Era dar a volta e chegar, pedir na portaria a chave do quarto, e aquele seria nosso paraíso por algum tempo, pouco, é bem verdade, mas, o possível dentro de um universo de impossibilidades.
Ali, era como se fôssemos tão íntimos no dia a dia, que não era difícil nos despojar de toda a vestimenta em questão de segundos.
No mais, o que desejávamos mesmo, era o contato da pele que ardia, de uma vontade tão louca, que nos fazia chegar até ali.
O beijo tinha um encaixe perfeito, como se nossas bocas, fossem feitas sob medida para se encaixar. Eu sentia o teu saber, e você o meu, e sem melindres, nossos corpos se encostavam. Sentias meu perfume e eu sentia o teu. Eu te abraçava com meus braços pequenos, enquanto suas mãos, percorriam, ávidas, todo o meu corpo em questão de segundos, como se estivessem reconhecendo, algo parecido com um cego apalpando as formas para compreender o espaço.
Você me deitava sobre a cama, enquanto apreciava meu corpo, e me sorria com um sorriso delicioso, e logo pendia sobre meu corpo, beijando-me inteira. E eu o recebia, de olhos fechados, buscando apenas a impressão do teu contato, nada mais.
Agora era minha vez de me esbaldar em teu corpanzil. Te lambia pra sentir teu gosto, enquanto beijava tua boca, e dizia em teu ouvido, muitas coisas guardadas que queria dizer.
Detinha-me em teu sexo, com carícias que te faziam bem, enquanto ouvia teus gemidos e sussurros de prazer.
A vontade do gozo explodia por dentro, mas continha-me para alongar o momento.
Depois era a tua vez de me fazer levitar, de me fazer transpor as barreiras do humano, e sentir aquele afago, que além do meu corpo, atingia minha alma.
E assim, quase em transe, o desejo de ser um só nos fazia encaixar nossos corpos, e intimamente ligados, atingir o extremo, o gozo que guardávamos até aquele momento.
Eram segundos, fruto do êxtase, da entrega total dos nossos corpos e nossas almas.
E assim eram todas as vezes que ia te encontrar.
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