Noite passada, me arrumava pra dormir.
Ritual de sempre.
Banho, cabelos molhados e cheirosos,
perfume.
Escolhi a roupa, pouca, quase nada.
Não. Decidi que nada era melhor.
Saí do banheiro como vim ao mundo,
entretanto, vestida de perfume da cabeça aos pés.
Você me esperava, na cama.
A televisão já não estava ligada como de costume.
Ao invés disso, cantava baixinho um mp3 de cabeceira.
Das três luzes do quarto, apenas uma estava acesa.
Nos conhecíamos há muito tempo,
mas o desejo permanecia como de antes.
Me tomastes nos braços,
abraçastes meu corpo nu, aquecendo inteira.
Dali por diante, fizemos tudo de sempre,
mas sempre era novo,
sempre deliciosamente novo.
Depois do gozo,
descansamos abraçados,
como no começo.
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