Vivemos tempos de exageros, pois estamos tão eufóricos na democracia que durante muito tempo foi subtraída do povo, mas ao mesmo tempo perdidos no euforismo das emoções. Se o brasileiro fosse então tudo o que ele fala com juízo de valor, talvez não houvesse tantos escàndalos. Somos exímios em julgar e tentamos todas as formas garantir a nossa supremacia nem que para isso utilizemos recursos que mascaram o nosso real sentimento em relação ao outro. Dialogar de maneira salutar, tornou-se algo em extinção talvez porque estejamos tão esgotados e revoltados com as nossas escolhas que a intolerància virou a única opção de escolha para se ter "argumentos". E de repente, ficamos pobres na forma de interagir, não aceitando outros pontos de vista. Essa "censura" popular de não tolerar determinado posicionamento revela nossa prisão à um passado que ainda se faz muito presente: a ditadura embargada na garganta.