A percepção começa. Pessoas são estranhas aos olhos de pessoas também estranhas. Todas pensando. Todas imaginando. Todas vivas. Ou quase todas. Algumas não convencem de vitalidade. Mas alí estão. Olhos, ouvidos, narizes, bocas, membros (quaisquer). Estão alí. Vivos com os corpos de sustentação. Representados cada qual com a sua particularidade. Umas levam na boca uma representação de um dia qualquer. Outras uma representação de qualquer dia. Alguns olhos milimetram o chão, outros viajam nas estrelas. Alguns se lançam num horizonte infindável. Mais parecem não ver. Alguns de fato não ofazem. Há ainda os ouvidos que ouvem. Outros apenas escutam. Há aqueles que até vontade têm, mas só vontade. Alguns braços dançam, outros alguns, nem nada. Há mãos que bricam, pra lá e pra cá. Algumas contrariam o ritmo. Encontram-se na frente e atrás. Algumas alisam o rosto. Outras nem com tanto carinho. Algumas acariciam os cabelos, os seios, a...
Há também algumas que batem na bola sincronizando com o andar. Algumas guiam monociclos, biciclos, triciclos ou quadriciclos. Outras suam e ficam vermelhas. Carregam. Algumas empurram, outras embalam. Há aquelas que seguram papel e fumo, brasa e fumaça. Algumas escondem ou mostram, oferecem ou tomam. Todas fazem. Há finalmente, aquelas que escrevem... e se cansam. |